Por que um shopping em Maceió fez o Santander dobrar sua confiança em duas ações
O Santander reiterou sua visão positiva para Multiplan (MULT3) e Allos (ALOS3) e manteve recomendação outperform (equivalente à compra) para as duas companhias após acompanhar, no dia 18 de novembro, a inauguração da primeira expansão do Parque Shopping Maceió (AL).
Inaugurado em 2013, o empreendimento é resultado de uma joint venture (parceria) entre as duas empresas e, com a reforma, ganhou 5.500 m² de área bruta locável (ABL) no terceiro andar, elevando o total para 45.800 m².
O investimento, de R$ 67 milhões, abriu espaço para 37 novas lojas satélite e uma unidade âncora, além de conectar áreas já existentes, como centro médico e academia, à praça de alimentação.
Entre as novas operações, estão Madero, Coco Bambu, Adidas, Lacoste, Nati Vozza, Zereses e Art Walk. A expansão também inclui uma passarela coberta que liga o shopping a condomínios residenciais e edifícios corporativos.
Apesar dos recentes avanços, o Santander, em relatório, afirma que o ativo ainda tem potencial para crescer: há planos para adicionar até 25 mil m² de ABL em fases futuras de expansões.
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A força do ativo
De acordo com o banco, os dados operacionais têm reforçado o potencial do Parque Shopping Maceió dentro dos portfólios das duas companhias:
- As vendas no empreendimento cresceram mais de 220% desde 2014, acima do dobro da média da Multiplan;
- As receitas de aluguel avançaram 185% no mesmo período.
Ainda assim, o ativo, segundo a instituição, aparece na faixa intermediária de produtividade:
- 13º posição em vendas e aluguel por m² dentro do portfólio da Multiplan;
- 18º em vendas e 21º em aluguel no portfólio da Allos.
Valorização imobiliária acelera tese de longo prazo
O Santander também chama atenção para o potencial imobiliário ao redor do shopping, localizado em um dos vetores de expansão urbana de Maceió.
A região tem recebido novos lançamentos residenciais e corporativos, o que deve impulsionar o fluxo de visitantes e sustentar o crescimento do empreendimento no longo prazo:
- Unidades entregues este foram vendidas por R$ 6 mil por m²;
- Projetos previstos para 2028 e 2029 variam entre R$ 10 mil e R$ 16 mil por m²;
- Torres comerciais são negociadas a R$ 13 mil a R$ 16 mil por m².
Riscos no radar
Embora apresente uma visão construtiva, o relatório destaca que tanto Multiplan quanto Allos seguem expostas a fatores macroeconômicos que podem afetar o desempenho operacional dos shoppings.
Entre os principais riscos estão um eventual aumento da taxa de desemprego, que poderia enfraquecer as vendas do varejo e elevar índices de vacância e inadimplência.
O banco também cita a possibilidade de uma Selic mais alta do que a projetada, o que elevaria despesas financeiras e poderia pressionar o ritmo de expansão das empresas, além de uma eventual reforma fiscal que poderia elevar a carga tributária do setor.