Tecnologia

Por que um passageiro custou US$ 63 milhões para a Uber?

28 jan 2022, 16:45 - atualizado em 28 jan 2022, 16:46
Uber Carro
Uber é acusada de negligência e “práticas perigosas” por não checar antecedentes de um de seus motoristas (Imagem: Shutterstock/MikeDotta)

A Uber (UBER; U1BE34) foi processada em US$ 63 milhões nos EUA por um passageiro que ficou tetraplégico após um acidente durante uma viagem. O morador de Boston, no estado de Massachusetts, alegou negligência e “práticas perigosas” por parte do aplicativo.

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William Good, um chef de 31 anos de idade, solicitou uma corrida de Uber do restaurante em que trabalhava para casa. Após iniciar a viagem, o motorista que conduzia o carro fez um desvio abrupto e bateu em um carro estacionado.

Segundo os advogados de Good, o passageiro bateu a cabeça no banco da frente e ficou instantaneamente paralisado. Apesar do trauma, o motorista alegou que o passageiro estava bem e insistiu que ele se levantasse, mesmo sem sentir nenhum de seus membros.

A acusação encontrou um longo histórico de má-condução contra o motorista de Good. Foram registradas mais de 20 condenações desde 1996, entre infrações de trânsito e resistência a abordagens policiais.

De acordo com o processo, o motorista deveria ter realizado um curso de renovação de sua habilitação, mas não cumpriu a ordem emitida pelo estado. Para os advogados, a empresa não deveria ter admitido o motorista em sua plataforma sem checar sem antecedentes, o que “representa um perigo para a saúde, segurança e bem-estar da comunidade”.

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Os autores da ação justificam o pedido de indenização milionária devido às lesões físicas e emocionais, danos permanentes, dor e sofrimento prolongados causados a William.

Victoria Santoro, advogada do passageiro, declarou ao The Verge que espera que a ação “contribua para o esforço de tornar a Uber mais segura”. A advogada afirmou que o processo não inclui nenhuma acusação contra o motorista do incidente.

Em paralelo ao caso, grupos de empresas de transporte nos EUA tem lutado para que corporações como a Uber mantenham um vínculo formal de trabalho com seus motoristas.

De acordo com a procuradora-geral do estado de Massachusetts, Maura Healy, aplicativos de mobilidade urbana evitam a contratação desses profissionais para se esquivarem de suas obrigações legais e não se responsabilizarem pelas ações de seus motoristas.

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Estagiário
Estudante de jornalismo na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Foi tradutor no Programa de Voluntários Internacionais da ONU durante dois anos. Na universidade, desenvolve pesquisas em Linguagem e História do Pensamento Social Brasileiro. Escreve sobre tecnologia, ciência, conflitos e assuntos internacionais.
renan.nunes@moneytimes.com.br
Estudante de jornalismo na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Foi tradutor no Programa de Voluntários Internacionais da ONU durante dois anos. Na universidade, desenvolve pesquisas em Linguagem e História do Pensamento Social Brasileiro. Escreve sobre tecnologia, ciência, conflitos e assuntos internacionais.