Money Minds

Porto (PSSA3): Um momento mágico e dois IPOs; o que a seguradora ‘guarda’ em seu portfólio?

16 maio 2025, 15:49 - atualizado em 16 maio 2025, 15:50

A Porto (PSSA3) atravessa um momento único na bolsa. Desde que abriu capital, em 2004, a empresa já valorizou incríveis 2.700% e, em 2025, renova sua máxima histórica.

As ações acumulam alta de 27% no ano, impulsionadas por resultados sólidos, segundo analistas. Um dos principais fatores por trás desse desempenho é a diversificação dos negócios da companhia nos últimos anos.

De líder consolidada no setor automotivo, onde ainda detém a primeira posição, a Porto expandiu sua atuação para os ramos de seguros de saúde (com o Porto Saúde) e serviços (com o Porto Serviços).

Além disso, a empresa controla o Porto Bank, que apresenta um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de impressionantes 30%. Diante de tamanha entrega, o mercado já especula sobre possíveis IPOs (abertura de capital) de suas verticais.

Em entrevista ao Money Minds, programa de entrevistas do Money Times, Celso Damadi, CFO da companhia, explicou que tanto a Porto Saúde quanto a Porto Serviços já operam como empresas preparadas para o mercado de capitais: com divulgação trimestral de resultados auditados, transparência nos números e registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Além disso, foram criados quatro conselhos consultivos, com funcionamento semelhante ao de conselhos de administração independentes, com o objetivo de preparar os executivos para uma gestão mais autônoma e estruturada.

No primeiro trimestre, por exemplo, o Porto Saúde registrou lucro de R$ 180 milhões, uma alta de 70%, com ROE de 40%.

IPO não é prioridade, mas segue no radar

Apesar dos números expressivos, um IPO não está nos planos de curto prazo. Segundo Damadi, não há necessidade de captação para financiar o crescimento no estágio atual.

“Mas manter a empresa pronta oferece flexibilidade para aproveitar uma oportunidade de mercado, seja com parceiros estratégicos ou com a abertura de capital de uma das verticais”, afirmou.

Ainda segundo o executivo, o IPO é uma possibilidade futura, a ser considerada quando houver uma combinação favorável de fatores.

Entre esses fatores está a janela de oportunidade no cenário macroeconômico. Os juros altos, no maior patamar em duas décadas, reduzem a liquidez do mercado e secam a liquidez.

“Em momentos como o atual — com instabilidade geopolítica, juros elevados e retração nas ofertas públicas —, o mercado tende a priorizar investimentos em renda fixa”, explicou.

Atualmente, a bolsa brasileira está prestes a completar três anos sem registrar um único IPO, um fato inédito em sua história.

“Momento mágico” 

Para Damadi, o timing ideal vai além do ambiente macroeconômico: é preciso que a companhia esteja madura e atrativa aos olhos dos investidores.

“O chamado momento mágico acontece quando há a convergência entre um ambiente de mercado favorável e o reconhecimento do valor da empresa. Quando o mercado compreender e valorizar esse modelo, o IPO poderá ser considerado”, disse.

Embora tenha evitado cravar um prazo, o CFO sugeriu que dez anos parece muito tempo.

“Pode ocorrer em dois, três, quatro ou cinco anos. Nosso planejamento estratégico trabalha com uma visão de cinco anos como base”, explicou.

Segundo ele, a forte capitalização da Porto, aliada a margens robustas e reservas sólidas, permite que a empresa não tenha pressa para seguir com uma oferta pública.

“Nosso compromisso é manter a Porto preparada, em crescimento e financeiramente saudável, para que, quando a oportunidade surgir, a abertura de capital seja uma decisão estratégica positiva para todos os envolvidos”, concluiu.

Compartilhar

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.