Pouco, muito e bastante: O investimento que ganha em todos os cenários eleitorais, segundo Bruno Serra, do Itaú BBA
As eleições começaram a fazer preço nos mercados.
Desde que o ex-presidente Jair Bolsonaro indicou o filho, Flávio Bolsonaro, como o candidato da família, a bolsa despencou mais de 3%. Só no dia do anúncio, o Ibovespa perdeu 4% — um aperitivo do que pode ser 2026, ano eleitoral.
Em meio ao aumento da volatilidade, gestoras começam a montar suas estratégias. O gestor Bruno Serra, do Itaú BBA, é um deles. Em evento realizado nesta quinta-feira, ele destacou um investimento que pode trazer mais tranquilidade ao investidor: os juros.
“Os juros são a classe mais segura: você pode ganhar pouco, muito ou até bastante”, afirmou. Em sua avaliação, o ativo mais dependente de uma mudança no regime fiscal é a bolsa, enquanto o câmbio é o mais desafiador.
“Isso porque, caso haja uma transição fiscal, os juros devem cair muito rapidamente. No momento em que parte da pressão fiscal for retirada, a política monetária terá de assumir o papel de motor do crescimento econômico”, explicou.
Caso contrário, a economia pode voltar a esfriar, como ocorreu em 2016 e 2017, quando o crescimento foi muito baixo.
“Hoje, o grande produto de exportação do Brasil é o carry trade, esse juro de 15% que atrai capital e fez o real sair de R$ 6,20 para os atuais R$ 5,40. Se esse diferencial desaparecer, a tendência é o real se depreciar”, afirmou.
Ainda segundo ele, o câmbio não deve se apreciar e, portanto, não será o melhor ativo para surfar um eventual rali. Se houver transição fiscal, o melhor ativo será a bolsa.
Por outro lado, se a transição não ocorrer, a bolsa também será a pior — um cenário bem negativo.