Powell em Jackson Hole: Por que o mercado está de olho no simpósio

A partir de quinta-feira (21), a pequena cidade americana de Moran, no Wyoming, será palco de um dos principais eventos da economia: o Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole. O evento leva o nome do vale onde Moran está localizada e, até sábado (23), reunirá presidentes dos principais bancos centrais do mundo, além de economistas, políticos e empresários.
Durante o simpósio, serão discutidas as políticas econômicas adotadas por banqueiros centrais e os rumos da economia global. O tema principal deste ano é “Mercados de Trabalho em Transição: Demografia, Produtividade e Política Macroeconômica”, mas assuntos em voga, como inflação e tarifas comerciais, também terão destaque.
Tradicionalmente, o discurso mais esperado é sempre o do presidente do Federal Reserve — e é aí que Jerome Powell entra em cena.
Neste ano, Powell sobe ao palco menos de um mês antes da reunião mais esperada do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). Em setembro, o Fed pode dar início ao seu afrouxamento monetário; por isso, cada palavra de Powell será analisada de perto pelo mercado.
Segundo a ferramenta de monitoramento CME FedWatch, a maioria (82,9%) dos investidores aposta em um ajuste de 0,25 ponto percentual nos juros. Com isso, o discurso de Powell, marcado para sexta-feira (22), pode calibrar as expectativas em relação ao afrouxamento monetário dos Estados Unidos.
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Por que ficar de olho no Jackson Hole?
O simpósio entrou para o calendário econômico em 1978, após ser criado pelo Fed de Kansas City. À época, o objetivo do evento era discutir o papel da política monetária no desenvolvimento agrícola.
As primeiras edições, inclusive, foram realizadas em Kansas City. O evento só foi para Jackson Hole em 1982 e se tornou mais popular à medida que antecipava assuntos capazes de movimentar os mercados.
Em 2007, por exemplo, o tema “Habitação, Financiamento Habitacional e Política Monetária”. Na época, os participantes não se empolgaram. Mas, no ano seguinte, a bolha imobiliária do subprime estourou nos EUA.
Além disso, em 2012, o então presidente do Fed Ben Bernanke aproveitou o evento para anunciar a terceira rodada do seu programa de flexibilização quantitativa (QE, na sigla em inglês). Jackson Hole também foi palco para Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu, anunciar as bases de uma expansão nos moldes do QE, porém na zona do euro.