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Pré-Market: Semana de folga

13 nov 2017, 7:57 - atualizado em 13 nov 2017, 7:57

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Olivia Bulla é jornalista e escreve diariamente sobre os mercados financeiros no blog A Bula do Mercado

O feriado da Proclamação da República na quarta-feira vai garantir uma semana inteira de folga aos políticos em Brasília, o que tende a esfriar o noticiário envolvendo a reforma da Previdência, deixando os mercados domésticos em suspense. Nos bastidores, o presidente Michel Temer já articula a troca de ministros tucanos pelos aliados do Centrão, a fim de garantir votos, mas um desfecho da negociação só deve sair nos próximos dias.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já liberou os deputados de comparecerem à Casa, afirmando que não serão descontados os dias não trabalhados nem haverá votações. A próxima sessão na Câmara será apenas na terça-feira da semana que vem, quando deve ser apresentado o novo texto com as regras para a aposentadoria. Do projeto inicial, permanecem as propostas para a idade mínima e equiparação de valores máximos.

No Senado, haverá uma sessão simbólica amanhã, enquanto no Judiciário o ritmo de trabalho também será reduzido. Esse “folgão” dos Três Poderes desloca as atenções dos negócios locais ao exterior, onde os investidores buscam um catalisador para manter o recente rali entre os ativos de risco. Mas o fôlego para novas altas parece encurtado.

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Os índices futuros das bolsas de Nova York ensaiam ganhos nesta manhã, após uma sessão mista na Ásia, o que deixa indefinida a abertura do pregão na Europa. Nas moedas, o dólar mede forças em relação às moedas rivais, como o euro e o iene, mas merece destaque as perdas da libra esterlina, diante das negociações em torno do Brexit. Já nas commodities, o petróleo se sustenta na faixa de US$ 56 o barril.

O calendário de indicadores econômicos no exterior está vazio hoje, mas carregado nos próximos dias, tendo como destaque dados de atividade em outubro na China e nos Estados Unidos. Amanhã, saem os números da indústria e do varejo chinês, juntamente com o resultado preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro no terceiro trimestre deste ano e do índice alemão ZEW de sentimento econômico.

Na quarta-feira, nos EUA, serão conhecidos os números do varejo e da inflação ao consumidor e, no dia seguinte, é a vez da produção industrial norte-americana. No Brasil, a agenda econômica também está fraca, ao passo que a temporada de balanços entra na reta final e reserva para hoje uma série de números trimestrais de empresas de peso após o fechamento do pregão.

O destaque fica com o desempenho da Petrobras no terceiro trimestre deste ano, que deve refletir a nova política de preços, com reajustes diários para a gasolina e o diesel cobrado nas refinarias. Além disso, também serão conhecidos os demonstrativos contábeis da “elétricas” Eletrobras, CPFL e Light; do frigorífico JBS e da endividada Oi.

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Entre os indicadores econômicos, destaque para o desempenho em outubro do varejo brasileiro (amanhã) e do setor de serviços (sexta-feira). Hoje, a pesquisa Focus (8h25) deve trazer revisões nas estimativas de inflação e juros, após a surpresa com o IPCA.

O índice oficial de preços ao consumidor brasileiro agradou porque subiu menos que o esperado em outubro, acumulando a menor taxa no ano desde 1998. Contudo, a alta de 0,42% foi a maior do ano e desde agosto do ano passado, sendo que foi a primeira vez em quase dois anos que o IPCA acumulado nos últimos 12 meses também ganhou força.

Essa aceleração do indicador seja na taxa mensal, seja em 12 meses, tende a marcar o início de uma tendência ascendente e gradual da alta de preços no varejo. Afinal, o período de queda dos alimentos já ficou para trás e está cada vez mais difícil absorver os aumentos recorrentes nos preços de combustíveis e da tarifa de energia elétrica.

No entanto, isso não significa que o atual ciclo de cortes no juro básico está ameaçado. Ao contrário, o mercado financeiro voltou a considerar a possibilidade de a Selic continuar caindo no início de 2018, após cravar um novo mínimo histórico em dezembro, quando deve recuar 0,50 ponto, a 7%.

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Contudo, o Banco Central tem deixado claro que o foco do colegiado do Copom está fortemente concentrado na aprovação da agenda de reformas do governo nos próximos meses, a fim de calibrar as decisões em relação à taxa básica de juros. Nesta semana, porém, as incertezas sobre a reforma da Previdência tendem a continuar, diante do feriado prolongadíssimo em Brasília….só lá!

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
olivia.bulla@moneytimes.com.br
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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