Precisamos manter a Selic restritiva por um período prolongado, afirma Galípolo

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ainda é uma incógnita, mas uma coisa o mercado pode ter certeza: o Banco Central está se preparando para manter a taxa Selic em um patamar alto por um bom tempo.
“Precisamos manter um nível de juros muito restritivo por um período prolongado”, afirmou Gabriel Galípolo durante o 12th Annual Brazil Macro Conference, evento do Goldman Sachs que acontece nesta segunda-feira (19), em São Paulo.
Segundo o presidente da autoridade monetária, as expectativas de inflação desancoradas e o cenário econômico atual exigem do BC cautela e que o Copom continua dependente de dados.
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Ele ainda reforçou que o Banco Central ainda está longe de começar a sinalizar qualquer reajuste na taxa básica de juros. “Precisamos ganhar confiança na concepção dos dados para analisar essa convergência”, completou. Ele ainda disse ser normal o mercado ter um tempo de reação mais rápido em relação aos dados econômicos que surgem, mas que é preciso tomar cuidado para “não se emocionar”.
Durante a conversa com agentes do mercado, Galípolo destacou que, atualmente, há uma preocupação geral de que a desaceleração da atividade econômica no Brasil possa ser compensada por uma aceleração do impulso fiscal. Sobre essa questão, ele afirmou que colocar a taxa de juros em um patamar mais contracionista em reação a uma política fiscal que ainda não foi implementada é “uma dança” que não é fácil.
Em setembro do ano passado, o Copom retomou o aperto monetário após piora nas expectativas de inflação. De lá para cá, já foram seis reajustes que levaram a Selic do patamar de 10,50% ao ano para 14,75% — o mais alto desde agosto de 2006.
Para a próxima reunião, marcada para o dia 18 de junho, o mercado se divide entre uma última alta de 0,25 ponto percentual e a pausa no ciclo.
*Com informações da Reuters