Preço do café dá sinais de queda no Brasil, enquanto lote especial bate recorde mundial

Você pagaria R$ 160 mil por um quilo de café? No Brasil, isso não é necessário. Enquanto um lote de café arábica especial da fazenda La Esmeralda, no Panamá, alcançou US$ 30 mil (R$ 160 mil) por quilo no leilão Best of Panama, os preços do grão no mercado brasileiro dão sinais de que começaram a recuar.
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Há apenas alguns dias, a Julith Coffee, de Dubai, pagou mais de R$ 3,3 milhões (US$ 604 mil) por 20 kg do café panamenho, estabelecendo um novo recorde global.
Por aqui, o preço do café moído e torrado registrou queda de 1,01% em julho, segundo o IPCA — a primeira desde dezembro de 2023. Ainda assim, o preço da bebida segue elevado: a inflação acumulada em 12 meses atinge 70,51%.
Em junho, o quilo do café custava R$ 66,70, ante R$ 34,46 no mesmo período de 2024, segundo a Abic.
Supersafra e tarifas influenciam o mercado interno
O Dieese aponta que, mesmo antes da aplicação das tarifas de 50% pelos EUA, cidades como Fortaleza, Belo Horizonte e Teresina registraram queda nos preços.
Em Fortaleza, 300 g de café passaram de R$ 22,24 em junho para R$ 21,74 em julho, recuo de 2,25%. A Fipe confirma a tendência, com queda de 0,18% no café em pó, a primeira em 16 meses.
Enquanto as sobretaxas americanas e a maior demanda da China pressionam os preços, a supersafra nacional e a desaceleração da inflação oferecem algum alívio para os consumidores brasileiros — mesmo com cafés especiais batendo recordes milionários em leilões internacionais.