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Preço do minério deve cair no 2ª semestre com maior produção da Vale, diz CFO

03 jul 2020, 17:56 - atualizado em 03 jul 2020, 17:56
Luciano Siani
Para o segundo semestre, o CFO disse que a meta da Vale é acelerar o ritmo de produção (Imagem: Flickr/ Financial Times Live)

Os preços internacionais do minério de ferro tendem a recuar no segundo semestre, à medida que a mineradora brasileira Vale (VALE3) pretende retomar parte de seu potencial produtivo, disse o CFO da companhia, Luciano Siani, nesta sexta-feira.

Após um primeiro trimestre fraco, no qual a companhia teve de reduzir seu guidance para 310-330 milhões de toneladas em 2020, em meio a atrasos na retomada de produção de minas paradas após Brumadinho (MG) e impactos do coronavírus, o executivo sinalizou que a empresa estará em posição de ofertar maior volume.

Para o segundo semestre, o CFO disse que a meta da Vale é acelerar o ritmo de produção, em relação ao registrado nos seis primeiros meses de 2020, e atingir o objetivo anual, que já considera um provisionamento de perdas associadas à pandemia em 2020 de até 15 milhões de toneladas.

“(Com isso), os preços do minério de ferro devem cair no segundo semestre… mas é melhor a companhia produzir com sua potencialidade em um mercado menor (de valor) do que ficar (com preços altos) na situação de restrição (de produção) e favorecendo seus concorrentes”, explicou ele em live promovida pela XP Investimentos.

Durante a pandemia do novo coronavírus, a Vale viu algumas de suas minas do Complexo de Itabira (MG) serem interditadas judicialmente devido ao surto da doença entre funcionários, mas as operações lá já foram retomadas.

Anteriormente, a Vale disse à Reuters que está “enfrentando o desafio da Covid-19, atuando em suas operações com um contingente mínimo de pessoas de forma a manter apenas as atividades com segurança”. A empresa chegou a informar que tinha cerca de 60% de trabalhadores nas operações.

“A companhia quer retomar a produção, mas retomar de maneira segura”, afirmou o CFO.

Luciano Siani
“A companhia quer retomar a produção, mas retomar de maneira segura”, afirmou o CFO (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Siani admitiu que a alta nas cotações externas do minério de ferro registrada nos últimos meses foi causada, inclusive, pelo cenário desafiador da companhia, tradicionalmente a maior produtor global de minério de ferro, que em 2019 perdeu o posto para a Rio Tinto, como consequência de Brumadinho.

“A razão do preço elevado no minério de ferro foi a própria incapacidade da Vale de trazer produção para o mercado”, enfatizou.

No início de junho, o minério de ferro no mercado físico da China atingiu o maior nível em quase um ano, em meio a preocupações com Itabira, a commodity perdeu um pouco da força recentemente, mas ainda está sendo negociada acima de 100 dólares por tonelada.

O CFO também comentou que se “a geração de caixa se mantiver forte e a empresa voltar com a produção maior, a companhia poderá voltar a pagar dividendos.”

 

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