Agronegócio

Preços da carne e do boi disparam com alta na exportação à China

22 nov 2019, 12:31 - atualizado em 22 nov 2019, 12:31
China Bandeira
China tem aumentado a produção de aves e elevado as importações de carne suína de vários fornecedores (Imagem: Reuters/Jason Lee)

As iniciativas da China para resolver a escassez de proteína animal provocada pela peste suína africana têm beneficiado toda cadeia de carne bovina do Brasil, com o aumento dos preços e lucros para pecuaristas e frigoríficos. Mas o consumidor brasileiro deve ficar de fora da festa das carnes.

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Na tentativa de compensar parte da queda no seu rebanho suíno, a China tem aumentado a produção de aves e elevado as importações de carne suína de vários fornecedores.

Já na carne bovina, o Brasil é o único grande exportador capaz de atender à demanda do país asiático. Com isso, importadores chineses estão demandando altos volumes de todos os tipos de cortes do Brasil, incluindo os mais caros, o que eleva os preços ao longo da cadeia de fornecedores, de bezerros a animais prontos para o abate.

As exportações de carne bovina do Brasil para a China deram um salto de 62% no mês passado em relação ao mesmo período de 2018, um reflexo de mais frigoríficos habilitados a exportar para o mercado chinês.

Tanto os preços da carne bovina no atacado quanto do boi gordo subiram cerca de 30% este mês, segundo dados do Cepea, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada ligado à Universidade de São Paulo.

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Carnes JBS Marfrig Minerva
Período de bonança para processadoras de carne brasileiras tem efeito contrário para consumidores no mercado doméstico (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

“O aumento das exportações para a China é impressionante”, disse César de Castro Alves, consultor de agronegócio do Itaú BBA. “O Brasil está soberano no mercado chinês de carne bovina.”

O período de bonança para processadoras de carne brasileiras tem efeito contrário para consumidores no mercado doméstico, que estão pagando preços recordes pela carne. E exige cautela de produtores, segundo Alves.

Os pecuaristas devem ser cuidadosos ao tomar decisões sobre o ritmo de expansão, considerando o alto custo para a compra de bezerros, que levam cerca de três anos para chegar ao abate. Comprar um bezerro caro significa que o pecuarista precisará vender o boi gordo a um preço ainda maior para ter lucro com a atividade, disse.

“Não sabemos até quando esse fôlego vai durar. O preço do boi gordo vai recuar no momento em que a China frear as importações. Os brasileiros não têm renda suficiente para arcar com o atual nível de preços”, disse Alves.

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A demanda chinesa por carne bovina brasileira poderia diminuir quando o país asiático resolver seu déficit de proteínas ou quando finalmente fechar um acordo comercial com os EUA, passando também a comprar carne bovina dos norte-americanos, disse o consultor.

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