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Prefeitura de São Paulo recomenda uso de máscara para quem sair de casa

16 abr 2020, 15:32 - atualizado em 16 abr 2020, 15:32
Coronavírus São Paulo
A medida pode evitar expansão do coronavírus (Imagem: Agência Brasil/ Rovena Rosa)

O prefeito de São Paulo Bruno Covas, assinou decreto, publicado hoje (16) no Diário Oficial, que recomenda o uso de máscaras de proteção facial todas as vezes em que alguém sair de casa.

Em entrevista coletiva ao lado do governador de São Paulo, João Doria, o prefeito disse que a população, ao ir para as ruas, pode usar máscara caseira, feita com tecido, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde.  O objetivo é evitar a propagação do coronavírus.

“A meta é proteger e evitar que, involuntariamente, pessoas assintomáticas, ou seja, que estão infectadas mas não têm nenhuma demonstração, possam transmitir o vírus. Usar máscara caseira também é uma atitude cidadã, de respeito ao próximo”, disse Covas.

Em outro decreto, também publicado nesta quinta-feira, o prefeito de São Paulo determinou que todos os hospitais da cidade, sejam eles filantrópicos, privados ou públicos, deverão fornecer informações sobre o total de leitos existentes em unidades de terapia intensiva (UTI) e o número de leitos ocupados.

As informações devem ser repassadas diariamente para a prefeitura. A medida, segundo Covas, vai dar transparência à população, de forma que ela saiba a real situação enfrentada pelos hospitais.

Durante a entrevista, o prefeito reconheceu que já há hospitais municipais na cidade com 100% de ocupação de leitos de UTI.

“Nossa rede conta com mais de 60% da capacidade operacional ocupada. Estamos abrindo novos leitos todos os dias. Mas nada vai adiantar se as pessoas não conhecerem a realidade e colaborarem ficando em casa.

Apesar do esforço da prefeitura em criar novas vagas e leitos de UTI, se as pessoas não colaborarem, não vamos dar conta”, disse Covas.

Bruno covas
A medida, segundo Covas, vai dar transparência à população, de forma que ela saiba a real situação enfrentada pelos hospitais (Imagem: Agência Brasil/ Rovena Rosa)

Segundo o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, nove dos 19 hospitais municipais foram referenciados para o tratamento da covid-19 [a doença provocada pelo coronavírus].

A maioria deles, disse, fica na periferia da capital. “Só temos um hospital aqui no centro, que é hospital pediátrico, o Menino Jesus, onde ontem tivemos a cura de um bebê, que estava com covid-19 na UTI. A média de ocupação dos leitos de UTI na cidade gira em torno de 65%.

Algumas regiões estão menos pressionadas, como a região sul. A região em que temos hoje maior pressão sobre ocupação de leitos é a zona leste.

Nos hospitais Tide Setubal e o de São Miguel já chegamos ao limite de vagas ocupadas, além do hospital de Cidade Tiradentes e de Ermelino Matarazzo, a mesma coisa”, explicou ele.

Enterros

Outro decreto – publicado hoje no Diário Oficial – trata da criação de um grupo para planejar, acompanhar e articular ações relacionadas a óbitos e enterros na capital paulista.

O grupo será formado por representantes das secretarias municipais de Justiça, Segurança Pública e Saúde e eles vão determinar ações para agilizar os procedimentos preparatórios de sepultamentos.

“Estamos criando um comitê intersecretarial de contingência funerária. Vamos colocar juntos os órgão da segurança, da saúde e de outros departamentos da prefeitura para tomar uma série de medidas para agilizar processos e organizar a estrutura.

Vamos fazer tudo o que for possível para que não tenhamos as cenas lamentáveis que vimos pelo mundo”, afirmou.

Cemitério Coronavírus
Outro decreto – publicado hoje no Diário Oficial – trata da criação de um grupo para planejar, acompanhar e articular ações relacionadas a óbitos e enterros na capital paulista (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Covas informou ainda que assinou também outro decreto que determina ponto facultativo na próxima segunda-feira (20 de abril), véspera do feriado de Tiradentes.

Ontem (16), foi publicado no Diário Oficial um decreto que prevê o funcionamento dos serviços considerados essenciais em diferentes horários, de forma a prevenir a formação de aglomeração principalmente no transporte público.

“O decreto estimula o escalonamento dos horários de abertura dos serviços essenciais e das atividades comerciais que já estavam liberadas.

Os estabelecimentos devem abrir ou até as 6h da manhã ou depois das 11h da manhã. O objetivo é diminuir a concentração de pessoas no transporte público nos horários de ida e de volta do trabalho.

Queremos evitar os horários de pico e diminuir ainda mais o número de pessoas nas ruas”, finalizou o prefeito.