Política

Presidentes de Uruguai e Chile criticam Lula por chamar de “narrativa” acusações de violações na Venezuela

30 maio 2023, 17:05 - atualizado em 30 maio 2023, 18:10
Boric
Após se reunir com líderes de países sul-americanos em Brasília, Boric disse a jornalistas que a região precisa respeitar os direitos humanos, inclusive na Venezuela, mas saudou o retorno do país às negociações multilaterais (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Os presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e do Chile, Gabriel Boric, reprovaram nesta terça-feira fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na véspera chamou de “narrativa” as acusações de ações antidemocráticas e problemas com direitos humanos na Venezuela ao receber o presidente venezuelano Nicolás Maduro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Lacalle Pou foi direto, em discurso na primeira parte da cúpula dos presidentes da América do Sul, nesta terça-feira, e criticou as declarações de Lula.

“Fiquei surpreendido quando se falou que o que aconteceu na Venezuela é uma narrativa. Todos já sabem o que nós pensamos com respeito a Venezuela e sobre o governo da Venezuela. Se há tantos grupos no mundo que estão tratando de mediar para que a democracia seja plena na Venezuela, que se respeito os direitos humanos, que não haja presos políticos, o pior que podemos fazer é tapar o sol com o dedo. Damos o nome que tem e ajudamos”, disse Lacalle Pou na mesa de reunião com Lula e o próprio presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Boric, por sua vez, defendeu que não se pode “fazer vista grossa” ou “varrer para debaixo do tapete” o tema dos direitos humanos que, para ele, remete a princípios importantes.

“Não é uma construção de narrativa. É uma realidade, é grave e tive a oportunidade de ver através dos olhos e da dor de milhares de venezuelanos que vivem em nosso país e que também exigem uma posição firme e clara de que os direitos humanos devem ser respeitados sempre e em todos os lugares , independente da cor política, do governante do dia”, disse o presidente chileno.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na segunda-feira, durante conferência de imprensa ao lado de Maduro, a quem recebeu para uma reunião bilateral, Lula afirmou que havia se construído uma “narrativa de antidemocracia a autoritarismo” contra a Venezuela.

“Se eu quiser vencer uma batalha, eu preciso construir uma narrativa para destruir o meu potencial inimigo. Você sabe a narrativa que se construiu contra a Venezuela, de antidemocracia e do autoritarismo”, afirmou. “Está nas suas mãos, companheiro, construir a sua narrativa e virar esse jogo para que a gente possa vencer definitivamente e a Venezuela volte a ser um país soberano, onde somente o seu povo, através de votação livre, diga quem é que vai governar aquele país.”

Na reunião de presidentes, Lacalle Pou lembrou que o Uruguai voltou a ter embaixador em Caracas, depois de um período em que não teve representação diplomática, e que o fez por “afinidade com o povo da Venezuela”.

“Não nos cabe eleger o governo, mas sim, temos a possibilidade de opinar. E vou dizer porque tenho a possibilidade de opinar: porque o ponto dois da declaração que se está negociando fala de democracia, de direitos humanos e de proteger as instituições. Se não existisse eu não teria porque opinar sobre esse tema. Mas vamos subscrever, ou temos a intenção que cheguemos a um acordo para subscrever”, disse o uruguaio.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O presidente de centro-esquerda da Argentina, Alberto Fernández, defendeu o retorno da Venezuela, país atingido por uma crise, às organizações e fóruns internacionais. Fernández reuniu-se nesta terça-feira com o líder venezuelano, Nicolás Maduro, durante a cúpula em Brasília.

A reunião ocorreu após conversa bilateral de Maduro com Lula na segunda-feira, em sua primeira visita ao Brasil em oito anos, para restaurar totalmente as relações rompidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

(Atualizada às 18:10)

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual – toda semana, com curadoria do Money Picks

OBS: Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar