Guerra Comercial

Presidente da Comissão Europeia diz que tarifas de Trump interromperiam a cadeira de suprimentos e não descarta retaliação

12 jul 2025, 12:03 - atualizado em 12 jul 2025, 12:12
Tecnologia Ursula von der Leyen
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen afirmou, em nota, que a União Europeia deve continuar as negociações comerciais com os EUA em busca de um acordo (Imagem: Shutterstock/Alexandros Michailidis)

A presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen afirmou que a imposição de tarifas de 30% à importação nos Estados Unidos “interromperiam” a cadeira de suprimentos essencial transatlântica e não descartou medidas retaliatórias à política comercial do presidente norte-americano, Donald Trump.

“Impor tarifas de 30% sobre as exportações da UE interromperia cadeias de suprimentos transatlânticas essenciais, em detrimento de empresas, consumidores e pacientes em ambos os lados do Atlântico”, disse von der Leyen em comunicado divulgado neste sábado (12).

Ela ainda afirmou que o bloco econômico, formado por 27 países da Europa, deve continuar as negociações com os Estados Unidos para um acordo, reforçando o compromisso com o “diálogo”.

“Poucas economias no mundo igualam o nível de abertura e adesão à União Europeia a práticas comerciais justas. A UE tem priorizado consistentemente uma solução negociada com os EUA, refletindo nosso compromisso com o diálogo, a estabilidade e uma parceria transatlântica construtiva”, disse von der Leyen.

“Seguimos prontos para continuar trabalhando em direção a um acordo até 1º de agosto. Ao mesmo tempo, tomaremos todas as medidas necessárias para proteger os interesses da UE, incluindo a adoção de contramedidas proporcionais, se necessário”, acrescentou.

Mais cedo, Trump anunciou uma taxa de 30% sobre os produtos fabricados na União Europeia. A alíquota, assim como nos demais anúncios nesta segunda rodada do ‘tarifaço’, entra em vigor em 1º de agosto.

Na carta, o chefe da Casa Branca justificou as tarifas como uma ‘reparação’ ao déficit comercial e afirmou que as taxas podem ser suspensas caso o bloco decida “fabricar os seus produtos dentro dos Estados Unidos”.

A UE vende coletivamente mais para os EUA do que qualquer outro país individualmente: as importações totais de produtos do bloco no território norte-americano ultrapassaram US$ 553 bilhões em 2022, de acordo com o Escritório do Representante Comercial dos EUA.

Trump também anunciou tarifas de 30% sobre o México neste sábado (12). 

Confira a nota na íntegra (em tradução livre):

“Tomamos nota da carta enviada pelo presidente dos EUA, Trump, descrevendo uma taxa tarifária revisada e um novo cronograma.

Impor tarifas de 30% sobre as exportações da UE interromperia cadeias de suprimentos transatlânticas essenciais, em detrimento de empresas, consumidores e pacientes em ambos os lados do Atlântico.

Poucas economias no mundo igualam o nível de abertura e adesão à União Europeia a práticas comerciais justas. A UE tem priorizado consistentemente uma solução negociada com os EUA, refletindo nosso compromisso com o diálogo, a estabilidade e uma parceria transatlântica construtiva.

Seguimos prontos para continuar trabalhando em direção a um acordo até 1º de agosto. Ao mesmo tempo, tomaremos todas as medidas necessárias para proteger os interesses da UE, incluindo a adoção de contramedidas proporcionais, se necessário.

Enquanto isso, continuamos a aprofundar nossas parcerias globais, firmemente ancoradas nos princípios do comércio internacional baseado em regras.”

– Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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