Presidente da CVM renuncia após três anos no cargo; Otto Lobo assume interinamente

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou nesta última sexta-feira (18) a renúncia de João Pedro Nascimento ao cargo de presidente da autarquia. A saída foi confirmada oficialmente por meio de nota e posteriormente publicada pelo próprio executivo em sua conta no LinkedIn.
Nascimento deixa a autarquia após três anos no comando, antecipando em dois anos o fim de seu mandato, previsto originalmente para julho de 2027.
Durante seu período à frente da CVM, Nascimento liderou uma fase intensa de mudanças regulatórias, com destaque para avanços na indústria de fundos e ações voltadas à democratização do mercado de capitais. Ele também enfatizou o compromisso técnico e apartidário da instituição: “Trabalhamos de forma técnica, independente e isenta de convicções político-partidárias”, escreveu na rede social.
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Interinamente, a presidência da CVM será ocupada por Otto Lobo, atual diretor mais antigo da casa, conforme previsto pela Lei nº 6.385/76. A nomeação de um novo presidente definitivo caberá à Presidência da República, que indicará alguém para cumprir um mandato tampão até julho de 2027, data que marcaria o encerramento da gestão de Nascimento.
Para o mercado, a renúncia tende a ter efeito limitado no curto prazo. Isso porque a CVM é amplamente reconhecida pelo seu corpo técnico robusto, o que assegura continuidade operacional mesmo em meio a transições. Além disso, a saída de Nascimento não está relacionada a qualquer escândalo político ou técnico, o que reduz o risco de instabilidade.
Ainda assim, o mercado acompanha o movimento com atenção. O novo nome indicado pelo Planalto poderá sinalizar a direção regulatória nos próximos anos, sobretudo em temas sensíveis como regras para criptoativos, finanças sustentáveis e governança em fundos de investimento.