Internacional

Pressão de Trump sobre independência do Fed representa risco global, diz diretor do Banco Central Europeu

28 ago 2025, 6:10 - atualizado em 28 ago 2025, 6:10
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Pressão de Trump sobre o Fed pode gerar efeitos colaterais em todo o mundo (REUTERS/Brendan McDermid)

Os ataques crescentes do presidente Donald Trump ao Federal Reserve dos Estados Unidos podem ter efeitos colaterais substanciais e globais nos mercados financeiros e na economia real, afirmou o dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Olli Rehn, em um discurso nesta quinta-feira (28).

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A incerteza em torno da autoridade monetária mais importante do mundo, o Fed, aumentou neste ano à medida que Trump criticou repetidamente o presidente do banco central, Jerome Powell, além do anúncio de demissão de uma de suas diretoras, Lisa Cook.

“O presidente Trump, de fato, tem exercido forte pressão sobre o Fed para cortar as taxas de juros há bastante tempo”, disse Rehn, que também é governador do banco central da Finlândia.

A independência do Fed tem sido um princípio inviolável desde o início dos anos 1980, acrescentou.

“Agora, no entanto, esse princípio está seriamente abalado. Isso pode ter efeitos colaterais substanciais e globais tanto nos mercados financeiros quanto na economia real”, afirmou Rehn.

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Ele disse que os europeus devem agir para reforçar a confiança global no euro como uma moeda segura, a fim de evitar uma deterioração semelhante da autonomia dos bancos centrais na Europa.

“Não é mera coincidência que a inflação da zona do euro esteja agora na meta de 2%. Isso está diretamente ligado à tomada de decisão independente do banco central”, destacou.

A hegemonia global do dólar como moeda de reserva se mostrou resiliente, e por isso Rehn considera improvável um enfraquecimento rápido da moeda americana.

“Digo isso, no entanto, com uma ressalva importante: se as bases institucionais do dólar ruírem — refiro-me aos princípios do Estado de Direito, da democracia e das liberdades civis — poderíamos nos deparar com uma situação diferente”.

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Embora o crescimento da zona do euro tenha sido mais resiliente do que o esperado, Rehn afirmou que a inflação deve ficar abaixo da meta de 2% no curto prazo, devido à energia mais barata, fortalecimento do euro e desaceleração da inflação nos serviços.

“No conselho do BCE, estamos monitorando de perto a situação econômica e prontos para agir, se necessário”, concluiu Rehn.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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