Política

Pressão política contra corte de verba em ministérios trava reajuste a servidores, diz Reuters

01 jun 2022, 15:08 - atualizado em 01 jun 2022, 15:08
Ministerio da economia
O Ministério da Economia também enviou a ministros do governo pedidos de cortes preventivos adicionais para compensar o pagamento do benefício e fazer a nova despesa caber no teto de gastos (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Pressões políticas contra cortes orçamentários em ministérios levaram o governo a travar o plano de reajustar salários de servidores públicos federais, informaram à Reuters três fontes com conhecimento do assunto, ressaltando que a equipe econômica agora avalia alternativas, como uma ampliação de vale alimentação, enquanto aguarda decisão final do presidente Jair Bolsonaro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Legalmente, junho é o último mês para o governo decidir, tramitar e aprovar eventual aumento de salários. A lei proíbe que reajustes sejam concedidos nos seis meses finais de mandato.

O aumento de 5% a todo o funcionalismo federal era dado como certo até o início desta semana e chegou a ser apresentado por representantes do governo em reuniões de negociação com sindicatos de categorias.

O Ministério da Economia também enviou a ministros do governo pedidos de cortes preventivos adicionais para compensar o pagamento do benefício e fazer a nova despesa caber no teto de gastos.

O reajuste seria concedido a partir de julho, com impacto de 6,3 bilhões de reais neste ano.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De acordo com uma das fontes, houve forte reação dos ministérios diante do corte necessário para efetivar o reajuste. A previsão era que os bloqueios atingiriam com maior força as pastas de Saúde, Educação, Ciência e Tecnologia e Defesa.

O Orçamento deste ano já está rodando sob forte compressão do teto, o que obrigou o governo a bloquear 1,7 bilhão de reais há dois meses e implementar uma nova limitação nesta semana, de 8,2 bilhões de reais.

Para conceder os aumentos salariais, a equipe econômica fez novas contas e concluiu que essa trava de quase 10 bilhões de reais precisaria ser ampliada para um valor superior a 15 bilhões de reais. Foi esse pedido de corte adicional que gerou reação política, segundo os relatos.

As tabelas com os novos bloqueios chegaram a ser preparadas pelos técnicos de Orçamento para divulgação ao público, mas depois retornaram para trâmite interno.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De acordo com outra fonte, ministros atingidos pelos bloqueios já realizados e ameaçados pelo novo corte reclamaram diretamente com Bolsonaro, que decidiu travar o plano e estaria “mudando de ideia” sobre a possibilidade de liberar os reajustes.

Uma autoridade que acompanha o Orçamento do governo reforçou que houve pressão para diminuir os cortes. Para ele, na tentativa de minimizar os impactos políticos de um bloqueio nas contas, o governo pode fazer o tiro sair pela culatra e ficar ainda mais desgastado politicamente por não cumprir a sinalização de que daria os 5% de reajuste.

O impasse em torno da remuneração dos servidores se dá em meio ao aumento da arrecadação do governo, que tem batido recordes sucessivos impulsionada por receitas do setor de petróleo e pela própria inflação, que aumenta o valor dos bens e serviços sobre o qual incide a tributação. Mesmo com mais recursos em caixa, as despesas federais seguem restringidas pela regra constitucional do teto de gastos, que limita o crescimento dos gastos à variação da inflação.

Enquanto o martelo não está batido, voltou às conversas no Ministério da Economia a opção de conceder apenas um aumento no auxílio alimentação dos servidores, em valor fixo que poderia ficar entre 400 e 600 reais mensais, afirmaram duas das fontes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A alternativa é vista por parte da equipe econômica como mais justa. Por se tratar de um valor fixo, servidores com salários mais baixos teriam um benefício maior, proporcionalmente. Além disso, a medida seria mais barata por não alcançar servidores inativos.

A greve de servidores para pressionar o governo por aumentos salariais vem comprometendo serviços e atrasando a divulgação de indicadores econômicos. Entre as categorias paralisadas, estão as da Controladoria-Geral da União, Banco Central e Tesouro Nacional. Servidores da Receita Federal também fizeram mobilização e operação padrão.

Disclaimer

Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Entre para o nosso Telegram!

Faça parte do grupo do Money Times no Telegram. Você acessa as notícias em tempo real e ainda pode participar de discussões relacionadas aos principais temas do Brasil e mundo. Entre agora para o nosso grupo no Telegram!

Compartilhar

A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.