Economia

Previdência ajuda alta do Ibovespa na semana, apesar de três sessões no negativo

15 fev 2019, 19:48 - atualizado em 15 fev 2019, 19:48

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Por Investing.com –Ibovespa acumulou mais uma alta semanal em 2019, influenciado pela apresentação da Reforma da Previdência do presidente Jair Bolsonaro. Mas nem tudo foram flores no mercado acionário brasileiro: houve três sessões encerradas no negativo e persiste a dúvida em relação à capacidade de articulação política do governo para avançar e aprovar a Reforma da Previdência no Congresso.

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E se a reforma da Previdência não for aprovada?

A alta de Bolsonaro do Hospital Albert Einstein na quarta-feira, em São Paulo, centralizou as ações do governo em relação à Previdência, que vinha sendo tratada de forma contraditória entre membros do governo. Na quinta-feira, saiu a notícia da idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres, 12 anos para a implementação das novas regras e encaminhamento das medidas ao Congresso no próximo dia 20. Após o anúncio, o Ibovespa reverteu uma sessão em queda e fechou em uma forte alta de 2,27%, contribuindo para a alta semanal de 2,2%.

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No dia seguinte, houve realização de lucros do Ibovespa com a queda de 0,50%, mesmo com o exterior positivo. Mas também pesou o desentendimento entre o Secretário Geral da Previdência, Gustavo Bebianno, com Carlos Bolsonaro, filho do presidente. A briga entre os dois foi em decorrência à fala de Bebiano, na quinta-feira, de que havia conversado três vezes com o presidente durante o dia sobre as denúncias de uso de candidaturas laranja pelo PSL, partido do presidente e que era presidido por Bebiano na campanha eleitoral.

Carlos negou a conversa e publicou, que foi compartilhado pelo presidente, um áudio nas redes sociais em que o presidente diz que não vai conversar com Bebiano. Além disso, o presidente, em entrevista à Record, disse que, se confirmadas as denúncias contra Bebianno, “[seu] destino não pode ser outro a não ser voltar às suas origens”. O desentendimento reforçou as dúvidas sobre a capacidade do governo em se relacionar com o Congresso para aprovar as reformas, pois demonstrou falta de sintonia no próprio partido do presidente. Na sexta-feira, Bebianno foi mantido no cargo com aval do presidente após uma reunião ministerial. A continuação do ministro foi confirmada por Onyx Lorenzoni. A crise foi mediada pelo PSL e pela ala militar do governo.

Ainda no mundo político, os Ministérios da Educação e da Justiça e Segurança Pública assinaram, na sexta-feira, acordo para apurar irregularidades em gestões anteriores no Ministério da Educação. Serão investigados favorecimentos considerados indevidos e desvios no ProUni, no Pronatec, concessões irregulares de bolsas de ensino à distância e irregularidades nas universidades federais. As ações de educação caíram no dia, com a Estácio (SA:ESTC3) despencando 5,2% e a Kroton (SA:KROT3) perdendo 6,2%.

Já a Vale (SA:VALE3) teve uma valorização de 6,3% na semana que prosseguiu o predomínio as notícias negativas após o rompimento da barragem em Brumadinho. A fala do secretário de Privatizações, Salim Mattar, de “reprivatizar” a Vale para tirar os fundos de pensão no controle acionário da companhia contribuíram para os ganhos.

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Entre as principais notícias negativas da semana sobre a minheradora, na segunda-feira a Reuters acusou a companhia de saber o risco elevado de rompimento da barragem em Brumadinho, o que foi negado pela diretoria da Vale no dia seguinte. Na quarta-feira, matéria da Folha de S.Paulo disse que havia relatórios na Vale projetando custos e número de mortes para o rompimento de 10 barragens em Minas Gerais, inclusive Brumadinho. Na quinta-feira, o presidente da mineradora, Fabio Schvartsman, participou de uma audiência pública no Congresso e defendeu a tese de acidente para Brumadinho. Na sexta, oito funcionários da empresa foram presas.

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investing@moneytimes.com.br