Taxa Selic

Primeiro a subir, primeiro a parar? Entenda quais são as chances de o BC encerrar de vez o aperto monetário

04 ago 2022, 12:33 - atualizado em 04 ago 2022, 12:33
Banco Central Selic
Hoje, a taxa Selic está em 13,75% e o Comitê de Política Monetária (Copom) já adiantou que, em setembro, será avaliada a necessidade de um ajuste residual de 0,25 ponto porcentual. (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

O Banco Central do Brasil foi uma das primeiras autoridades monetárias a mexer na taxa de juros para enfrentar a inflação. O aperto começou em março do ano passado, quando a Selic estava em seu menor patamar histórico de 2% ao ano.

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Hoje, a taxa Selic está em 13,75% e o Comitê de Política Monetária (Copom) já adiantou que, em setembro, será avaliada a necessidade de um ajuste residual de 0,25 ponto porcentual.

Conforme aponta o UBS, essa é a primeira vez desde março de 2021 que o Banco Central não prevê um aumento da taxa para a reunião seguinte. “Todas as reuniões do Copom são acompanhadas de um ‘prevê um novo ajuste’ na redação. Desta vez foi diferente. Ou seja, pela primeira vez, o Copom não tem certeza da necessidade de um aumento adicional”, diz em relatório.

A expectativa geral era de que o aperto monetário acabaria agora em agosto, mas mesmo que o movimento contracionista se mantenha até o mês que vem, o Brasil também deverá ser um dos primeiros a encerrar as altas nos juros.

Para Alberto Ramos, diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs, o Copom deve seguir com o plano de elevação, pelo menos mais uma vez, para então estabilizar a Selic.

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A inflação projetada para o final de 2023 está significativamente acima da meta e continua se deteriorando, o mercado de trabalho está apertado, e ainda há tempo relevante suficiente para influenciar o resultado da inflação no final de 2023. Por isso, esperamos que o Copom espere até o final do segundo trimestre de 2023, ou, possivelmente, o terceiro trimestre para começar a cortar as taxas.”

Já Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, projeta que a Selic não deve sair dos 13,75%.

“Depois de meses com uma postura de ‘subir agressivamente para ficar à frente da curva’, o Copom passa a adotar uma postura de ‘esperar e observar’, escolhendo uma maior passividade. Esperamos que a taxa Selic siga em 13,75% até, pelo menos, o segundo trimestre de 2023, devido ao cenário de inflação ainda elevada e uma atividade ainda aquecida”, diz

Inflação e risco fiscal

O que está interferindo na decisão do BC é o aumento da incerteza doméstica e global. De acordo com Alberto, a desaceleração do crescimento global e uma postura monetária já restritiva, cujo impacto sobre a demanda ainda não foi plenamente observado, exigem cautela na calibração da política monetária.

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Em seu comunicado, o Copom destacou os riscos de alta para o cenário inflacionário para os anos de 2022 e 2023, além da incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país para justificar a alta.

Além disso, devido às distorções que os cortes de impostos vão causar na inflação do próximo ano, o Copom tem como meta o primeiro trimestre de 2024.

Bancos Centrais pelo mundo

Enquanto o Banco Central do Brasil já está avaliando a estabilidade da taxa de juros, os BCs de outros países ainda estão acelerando o aperto.

Nesta quinta-feira (4), o Banco Central da Inglaterra (BoE) adotou o maior aumento da taxa de juros em 27 anos e ainda alertou que o Reino Unido enfrentará uma recessão. A alta foi de 0,50 pp, que elevou a taxa para 1,75%.

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Já o Banco Central Europeu (BCE) está só começando o aperto monetário. A autoridade foi uma das últimas a reagir ao aumento da inflação, que chegou a um recorde histórico de 8,6% em junho. Em resposta, o BCE elevou a taxa de juros em 0,50 pp.

O Federal Reserve, por outro lado, já está no seu quarto reajuste, sendo que o último foi de 0,75 pp. A projeção é de outros dois aumentos, de, provavelmente, 0,50 pp e 0,25 pp. Depois disso, lá para novembro, o banco central americano vai avaliar se vale encerrar o ciclo de apertos.

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Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.