Prio (PRIO3) cai mais de 6% após paralisação da produção em Peregrino; impacto é de até US$ 30 milhões por semana

As ações da Prio (PRIO3) lideram as perdas do dia no Ibovespa, após a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) determinar a interdição do FPSO Peregrino. Por volta das 11h15, os papéis da companhia caiam 6,21%.
Segundo os analistas Regis Cardoso e João Rodrigues, da XP Investimentos, a medida da ANP foi inesperada e é vista de forma negativa pelo mercado. Ainda sem detalhes completos sobre o escopo da interdição e seus impactos potenciais, a situação gera incertezas sobre a continuidade da produção e os efeitos financeiros para os envolvidos.
Em análise preliminar de sensibilidade, considerando diferentes cenários, os fatores-chave são a extensão da produção afetada, a exposição econômica da Prio e a duração da paralisação.
“No pior cenário, com participação operacional de 100% e paralisação total do FPSO, o impacto econômico estimado para a Prio é de cerca de US$ 30 milhões por semana, equivalente a 0,5% do valor de mercado da companhia”, destacam.
Já o Safra estima que o tempo de parada previsto poderia implicar em uma perda estimada entre US$ 30 milhões e US$ 60 milhões para a companhia, o que equivale a 0,5% a 1% do valor de mercado da empresa.
“Considerando 100% do campo, o impacto estimado poderia variar de aproximadamente 1,5% a 3% do valor de mercado, no mesmo intervalo de 3 a 6 semanas necessário para resolver os problemas”, afirmam os analistas do Safra.
O BTG reforça que a notícia é negativa para a Prio, já que interrompe a produção de um ativo recentemente adquirido e traz maior escrutínio regulatório.
“Para cada mês de produção interrompida, o EBITDA cai 3,3% ou em torno de 0,9% do valor de mercado da Prio. Vemos isso como negativo, mas não suficientemente material para mudar nossa visão sobre a companhia, considerando a possibilidade de renegociações nos pagamentos da aquisição de Peregrino”, afirma o relatório.
Prio e Equinor: Entenda a paralisação do FPSO Peregrino
Na manhã desta segunda-feira (18), a Prio informou ao mercado que a ANP determinou a interdição do FPSO Peregrino, operado pela Equinor, devido a pendências na documentação de segurança e análise de risco, além da necessidade de adequações no sistema de dilúvio.
A medida suspende temporariamente a produção do campo — que possui reservas de 202 milhões de barris e produção diária de cerca de 100 mil barris — e deve impactar o fluxo de caixa da Prio, que detém 40% do ativo, enquanto a Equinor mantém os 60% restantes.
A Equinor iniciou imediatamente os reparos, com previsão de conclusão entre três e seis semanas, conforme o fato relevante divulgado pela Prio.
Atualmente, a participação da Prio em Peregrino gera cerca de US$ 40 milhões por mês, com uma produção total de aproximadamente 90 mil barris diários. Considerando o prazo estimado para retomada, o impacto potencial varia entre US$ 30 milhões e US$ 60 milhões.
Recentemente, a Prio adquiriu a participação da Equinor no FPSO Peregrino por US$ 3,35 bilhões. O valor será ajustado até o fechamento do negócio, dependendo da geração de caixa até a conclusão da transação, prevista para o início do próximo ano.