Prio (PRIO3), com resultados em linha com o esperado, tem catalisadores se aproximando
Analistas do mercado financeiro mantêm o otimismo em relação à Prio (PRIO3), recomendando a compra do papel, mesmo após resultados em linha com o esperado no terceiro trimestre de 2025. A avaliação positiva reflete a expectativa por catalisadores como redução de custos e geração de caixa nos próximos anos.
Por volta das 13h desta quarta-feira (5), os papéis da companhia subiam R$ 37,33, 1,58%, em linha com outras empresas do setor na bolsa – e com o Ibovespa -, apesar da baixa do petróleo no mercado internacional.
O Bradesco BBI inclusive elevou o preço-alvo da Prio para R$ 62, ante R$ 56, ao incorporar o benefício fiscal decorrente do aumento de depreciação e amortização do campo Peregrino.
O banco reforçou que a companhia permanece como sua top pick no setor, sustentada por menor custo de manutenção por barril entre as companhias sob cobertura, crescimento já contratado para 2026 e expectativa de geração robusta de caixa superior a US$ 2 bilhões a partir de 2027, com potencial para remuneração ao acionista e novas aquisições.
Os catalisadores para a Prio
Para a Genial Investimentos, a Prio tem dois catalisadores importantes se aproximando. O primeiro é a entrada em operação do campo de Wahoo, prevista para o primeiro trimestre de 2026, que deve trazer uma forte diluição dos custos operacionais.
O segundo é a consolidação do controle integral de Peregrino, movimento que deve abrir espaço para a captura de sinergias e melhoria de margens a partir do segundo semestre do próximo ano.
A Genial ressaltou que o projeto Wahoo segue evoluindo dentro do cronograma, após a emissão da Licença de Instalação (LI), último marco regulatório necessário para o início das obras submarinas e da campanha de interligação com o FPSO Frade.
A entrada em operação do campo deve representar um importante incremento de produção, com lifting cost estimado em cerca de US$ 1 por barril, o que tende a transformar estruturalmente o perfil de custos e geração de caixa da Prio, disse a corretora.
Em relação a Peregrino, a companhia aguarda o fechamento da aquisição dos 60% remanescentes até julho de 2026, o que deve permitir sinergias operacionais e renegociações contratuais capazes de reduzir significativamente o custo estrutural do ativo.
A Prio estima ganhos de eficiência da ordem de US$ 250 milhões por ano com a migração para seu modelo operacional proprietário, a partir do segundo semestre de 2026.
De olhos nos números de outubro e no 3T25
O Itaú BBA lembrou que, além de divulgar o balanço do terceiro trimestre ontem, a Prio reportou seus dados operacionais de outubro, com produção de 90 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d), alta de 26% na comparação mensal.
Apesar da melhora, a produção ainda foi afetada por restrições operacionais nos campos de Albacora Leste e Frade, além da contribuição parcial de Peregrino.
Os dados de outubro mostraram offtakes (vendas de petróleo) de 1,1 milhão de barris, queda de 59% na comparação mensal, refletindo reduções em Frade (-63%) e nos campos de Polvo e Tubarão Martelo (-74%).
O banco afirmou que a Prio apresentou resultados em linha com as expectativas no terceiro trimestre de 2025 (3T25). O Ebitda somou US$ 335 milhões, 2% abaixo da estimativa do banco e em linha com o consenso do mercado.
A receita foi positivamente impactada pelo acúmulo de estoques do trimestre anterior, subindo 22%, a US$ 607,2 milhões.
Por outro lado, o lifting cost — custo de extração do barril de petróleo — subiu para US$ 17/barril, acima da projeção de US$ 16/barril, reflexo direto da paralisação de produção no campo de Peregrino.
A empresa registrou um lucro líquido de US$ 91,7 milhões no terceiro trimestre (ex-IFRS 16), em um recuo de 44% em relação ao mesmo período do ano passado.