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Privatização da Sabesp pode alavancar preço da ação a R$ 98 e render R$ 35 bi ao governo

03 jul 2020, 10:13 - atualizado em 03 jul 2020, 13:49
Sabesp SBSP3 Saneamento
Com a privatização, a ação da Sabesp poderá valer R$ 98 (Imagem: Sabesp/Facebook/Reprodução)

A privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp (SBSP3), pode render uma bolada de até R$ 35 bilhões para os cofres públicos, segundo cálculos do UBS.

Desde a aprovação do marco regulatório do saneamento básico no Congresso Nacional, o banco suíço está de olho nas empresas do ramo, em especial, na Sabesp, cujo o governo Doria já se movimenta para concretizar a venda ao setor privado.

“Caso o governo paulista consiga avançar com a privatização, é provável que a Sabesp tenha de focar apenas nas 20 principais cidades do Estado, que já correspondem a três quartos da receita total da companhia”, pondera o UBS.

Peso Doria

Os analistas Giuliano Ajeje e Guilherme Reif lembram que a empresa atua em 369 municípios paulistas e as 20 principais cidades correspondem a 75,5% da receita total (a capital equivale sozinha a 50%).

“Avaliamos que o governador João Doria tem o suporte de 75% dos prefeitos das principais cidades, que coincidentemente são do mesmo partido político ou aliados, para a renovação dos contratos de saneamento em linha de privatizar a companhia estadual”, revelam Ajeje e Reif.

João Doria
Avaliamos que o governador João Doria tem o suporte de 75% dos prefeitos das principais cidades (Imagem: Facebook/João Doria)

O UBS revela que com a privatização, a ação da Sabesp poderá valer R$ 98, e o papel da Copasa (CSMG3), companhia de saneamento de Minas Gerais, poderia bater R$ 87, dada a grande possibilidade dos governos destes Estados conseguirem passar as empresas para a gestão privada.

O banco suíço mantém recomendação de compra tanto para ações da Sabesp como as da Copasa.

Como ficam as privatizações após o marco regulatório do saneamento?

A aprovação da nova lei de saneamento pelo Senado, no dia 24 de junho, foi considerada histórica por todos os analistas que já se divulgaram relatórios. Agora, o próximo grande episódio desta saga é a esperada privatização da paulista Sabesp e da mineira Copasa. Mas isso será mais complicado do que se imaginava.

A nova lei foi aprovada com o compromisso de que o presidente Jair Bolsonaro, para sancioná-la, vete três artigos. O mais importante é o que veta o parágrafo 1º do artigo 14.

Congresso
A aprovação do marco regulatório pelo Congresso Nacional foi considerada histórica por todos os analistas que já se divulgaram relatórios (Imagem: Flickr/Agência Senado/Pedro França)

Esse trecho estabelecia uma espécie de via rápida para a privatização das estatais do setor, pois permitia que as companhias fossem vendidas sem a permissão prévia dos municípios atendidos por elas. Isso seria possível, desde que não houvesse mudança na prestação de serviços.

Com o veto prometido por Bolsonaro, a privatização deverá, necessariamente, contar com a autorização prévia dos prefeitos das cidades atendidas pelas concessionárias, o que dificulta bastante a transferência dessas empresas para o controle privado.

Repórter
Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
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