Petróleo

Produção da Bacia Permiana está perto do pico, diz investidor

15 jan 2020, 10:08 - atualizado em 15 jan 2020, 10:08
Sonda para exploração de petróleo em Midland, Texas (EUA)
A previsão de pico da produção da Bacia do Permiano em 2020 não é uma visão dominante (Imagem: REUTERS/Jessica Lutz)

O abalo na indústria de gás de xisto dos Estados Unidos é tão forte que a produção de petróleo da Bacia Permiana está mais perto do pico do que muitas previsões sugerem, segundo um investidor do setor de energia.

Adam Waterous, que administra o Waterous Energy Fund, considera a posição financeira do setor insustentável após anos de retornos decepcionantes para investidores e fluxo de caixa livre negativo.

Com o mercado de capitais atualmente evitando produtores de gás de xisto, o impacto deve começar a aparecer na produção de petróleo e gás natural da maior área de petróleo dos EUA, disse.

“Acreditamos que estamos no pico ou perto dele” na produção da Bacia do Permiano, disse Waterous em entrevista na semana passada. “O mercado de petróleo da América do Norte está supercapitalizado, o que não é sustentável.”

A previsão de pico da produção da Bacia do Permiano em 2020 não é uma visão dominante. Há muito debate sobre o ritmo de desaceleração da produção no oeste do Texas e no Novo México este ano, já que as empresas de gás de xisto reduzem os investimentos, mas o consenso é de que a oferta vai aumentar, embora em um ritmo mais lento.

Tai Liu, analista da BloombergNEF, disse em relatório na terça-feira que o pessimismo pode ser exagerado. Tais considerações têm ramificações globais, já que os EUA devem responder por grande parte do crescimento mundial da oferta este ano.

Como responsável de banco de investimentos do Bank of Nova Scotia, Waterous participou diretamente de fusões e aquisições que remodelaram o setor de energia. Mas ele diz que o modelo representado por esses acordos, no qual as empresas de petróleo e gás priorizam ganhos de produção e fusões e aquisições, agora é uma relíquia.

“O modelo de ganhos de capital foi rompido”, disse. “O mercado de fusões e aquisições se foi e não voltará”.

O tipo de racionalização do setor que Waterous descreve pode lhe dar vantagem. Sua empresa de private equity, fundada por ele em 2017 e com sede em Calgary, controla duas produtoras de petróleo canadenses.

Uma delas, a Cona Resources, fechou um acordo para comprar a Pengrowth Energy em novembro por 28 milhões de dólares canadenses (US$ 21 milhões), depois que o preço das ações da Pengrowth despencou diante da enorme dívida da empresa. A Waterous Energy está de olho em mais ativos no Canadá e nos EUA.

Nos últimos cinco anos, a indústria de gás de xisto e seus investidores “confundiram uma grande mudança estrutural com um simples evento cíclico”, afirmou Waterous. “É impossível continuar a ter produção e investimentos” sem dar lucro.

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