Agronegócio

Produção de açúcar do centro-sul dispara na quinzena; a de etanol recua 16,7%

12 jun 2020, 15:58 - atualizado em 12 jun 2020, 15:58
A produção de açúcar na quinzena somou 2,548 milhões de toneladas, vindo abaixo das 2,6 milhões de toneladas projetadas pela pesquisa da S&P Global Platts (Imagem: REUTERS/Amit Dave)

A moagem de cana do centro-sul do Brasil totalizou 42,2 milhões de toneladas segunda quinzena de maio, queda de 4,74% sobre o mesmo período da safra anterior, informou a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) nesta sexta-feira, mas a produção de açúcar disparou 36,2% na mesma comparação, com usinas focando na commodity devido às melhores condições de mercado.

A produção de açúcar na quinzena somou 2,548 milhões de toneladas, vindo abaixo das 2,6 milhões de toneladas projetadas pela pesquisa da S&P Global Platts.

O volume de moagem ficou levemente abaixo do verificado na primeira parte de maio (42,46 milhões), vindo igual ao projetado pela Platts, que havia apontado perda de 1,5 dia de moagem por chuvas.

A Unica afirmou que 245 unidades estavam em operação até dia 1 de junho, ante 248 em igual data do último ano. Disse ainda que, para a primeira quinzena de junho, a expectativa é de que 13 empresas iniciem o processamento na safra 2020/2021.

O total fabricado de etanol no centro-sul somou 1,8 bilhão de litros na segunda quinzena, queda de 16,7% na comparação anual, uma vez que o setor está direcionando mais cana para o açúcar em detrimento do biocombustível, na comparação com 2019.

A proporção de cana direcionada ao adoçante alcançou 47,35% na quinzena, contra apenas 35,28% registrados na mesma data de 2019.

“As condições de preço, a baixa demanda por etanol, a maior procura pelo açúcar brasileiro e a melhor qualidade da matéria-prima colhida permitiram uma intensificação na produção de açúcar, que atingiu 55,38 kg de açúcar por tonelada de cana nesta safra contra um índice de 37,66 kg no mesmo período da safra passada”, disse em nota o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.

NA SAFRA

Com um tempo mais seco, a moagem de cana no acumulado da safra 2020/2021 até 1 de junho alcançou 144,82 milhões de toneladas, alta de 12,3% versus igual período do, enquanto o indicador de qualidade (Açúcares Totais Recuperáveis, ATR) alcançou 126,57 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, aumento de 6,7%.

Com o Brasil exportando volumes elevados de açúcar, após uma antecipação de vendas e um dólar favorável, a produção da commodity aumentou 65,10% no acumulado da safra, somando 8,02 milhões de toneladas.

Já o volume produzido de etanol no acumulado da safra totalizou 6,20 bilhões de litros, praticamente o mesmo registrado em igual período do ciclo anterior.

“Apesar da maior produção de açúcar, o avanço na moagem e a melhor qualidade da cana-de-açúcar colhida permitiram a manutenção da mesma produção de etanol”, disse Rodrigues.

Se a fabricação de etanol está estável na safra, a demanda pelo combustível no mercado interno ainda está muito abaixo do normal, devido ao impacto de medidas para combater o coronavírus.

O volume total de etanol comercializado pelas unidades produtoras do centro-sul no mercado doméstico atingiu 2,04 bilhões de litros em maio, com queda de 29,43% na comparação com o valor registrado em igual período de 2019.

“Apesar da atratividade econômica do etanol nos principais estados consumidores, as vendas continuam aquém dos volumes registrados em 2019 em função das medidas de isolamento associadas à pandemia”, explicou Padua.

Desde o início da safra 2020/2021 até 1º de junho, as vendas de etanol pelas unidades produtoras acumularam retração de 28,27%, somando 3,97 bilhões de litros.

Desse total, 218,07 milhões de litros foram destinados à exportação e 3,75 bilhões ao mercado interno.

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