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Produção de café do Peru ensaia retomada após perdas em pandemia

20 jan 2021, 15:38 - atualizado em 20 jan 2021, 15:38
São João da Boa Vista, café
A colheita foi prejudicada na temporada passada em meio a restrições logísticas relacionadas à pandemia de coronavírus (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

A produção de café do Peru neste ano pode aumentar até 10% depois que chuvas favoreceram a florada, segundo uma associação do setor.

“Há tendência de maior produção em locais a 1.500 metros acima do nível do mar”, incluindo áreas nos arredores de Cajamarca e Cuzco e partes da região do Amazonas, disse Lorenzo Castillo, gerente-geral do Conselho Nacional do Café, em entrevista por telefone, em Lima. “A florada foi boa, e as chuvas encheram os grãos após um clima muito bom. A qualidade também vai ser boa.”

A colheita foi prejudicada na temporada passada em meio a restrições logísticas relacionadas à pandemia de coronavírus, principalmente em março e abril, o que causou algumas perdas, disse Castillo.

Em 2020, a produção caiu para 3,9 milhões de sacas em relação a 4 milhões um ano antes. Um aumento de 10% em 2021 colocaria a produção em 4,29 milhões de sacas. Plantações em maiores altitudes respondem por mais de 50% da safra.

“Ainda há preocupação com a Covid, mas com a experiência do ano passado e os protocolos estabelecidos, achamos que estamos prontos para outra onda”, afirmou. “A única coisa que preocupa algumas pessoas é se o governo impuser limitações de transporte novamente.”

A demanda doméstica continua melhorando depois do impacto da pandemia no consumo, disse Castillo. As vendas online e entrega em domicílio ajudaram a compensar parcialmente a queda das vendas de food service em Lima e nas principais cidades, disse.

Enquanto os volumes de exportação caíram 2,7% no ano passado, para 3,6 milhões de sacas, a receita aumentou 3,6%, para US$ 658 milhões, com o aumento dos preços médios no mercado à vista, superando os futuros de referência.

Em 2020, o preço médio do café no Peru subiu para US$ 1,389 por libra-peso em relação a US$ 1,29 um ano antes. Os futuros de grãos arábica em Nova York foram negociados, em média, perto de US$ 1,12 no ano passado. Uma saca pesa 60 kg.

O Brasil é o maior produtor mundial de arábica, seguido pela Colômbia, Etiópia, Honduras e Peru. Os contratos futuros caíram 1,1% em 2020.

Atrás do México, o Peru é o maior fornecedor mundial de café orgânico, com 100 mil hectares e exportações de 950 mil sacas, disse Castillo.

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