Produtor de soja abre a semana em sinuca de bico sobre se vende ou não

Segunda-feira (4) será dia de sinuca de bico para os produtores de soja brasileiros em relação à decisão de vendas do que resta da velha e da nova safra, ainda longe.

O dólar vai abrir a semana nas alturas, a R$ 5,32, depois da depreciação do real em 1,65%, e as cotações de Chicago em forte queda, de 3,11% a 4,5% entre os vencimentos mais curtos e longos (US$ 15,10 no agosto e US$ 13,95 no novembro), ambos na sexta.

O comprador fica favorecido, com o grão duplamente mais barato. E o vendedor terá que fazer muita conta em um ambiente de muita volatilidade que ninguém sabe como fica o dia seguinte – ou o próprio andar da segunda, sobretudo após a abertura de Wall Street.

Sinucas básicas:

1) Caso os negócios fiquem como fecharam a semana no câmbio e nos preços – entre risco agudo de recessão e cenário interno mais desafiador e o grão pressionado também pela conjuntura econômica global e chuvas favorecendo o desenvolvimento das lavouras nos EUA -, fechar novas vendas pode compensar desde que o produtor tenha feito um bom hedge que permita a alta da divisa americana anular as cotações depreciadas.

2) Um ajuste de valorização é possível em Chicago, diante de compras sobre as expressivas liquidações, como o dólar também pode sofrer um repique de baixa, em realização de lucro inclusive. Mas não há garantia nenhuma de que na terça ou ao longo da semana se sustentem assim.

3) Esperar mais um pouco para vender, acreditando numa virada consistente da soja, inclusive via demanda, e apostar em um período de calmaria na economia mundial, é um risco permanente diante dos fundamentos. Dilema complicado para o produtor, principalmente o pouco capitalizado e que tenha compromissos vencendo, mesmo se fez boas travas com câmbio, opções ou com insumos.

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