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Produtor quer boi mais caro para suprir boiada, mas sem mais cria vira círculo vicioso

10 fev 2021, 12:05 - atualizado em 10 fev 2021, 12:17
Agropecuária Boi Gado
Custo da engorda de bois, com a compra da reposição e alimentos, não sustenta produtores, dizem eles (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O encurtamento das boiadas não será solucionado no curto prazo, nem no longo. A oferta restrita, no entanto, só poderia melhorar se o preço da @ do boi gordo “vazar” muito acima do teto atual.

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Só que como o problema está no custo da reposição, cotações altas na porta do frigorífico puxam as pedidas na porteira da fazenda do criador ou do recriador. O risco é o círculo vicioso.

Hoje, se o frigorífico reclama dos preços da matéria-prima, o produtor que não está no ciclo completo da pecuária (cria, recria e engorda) reclama que não consegue repor o plantel pelos valores vigentes na venda final.

Em São Paulo, em torno dos R$ 300 a @ para o animal comum e de R$ 305 a 310 para o destinado à China.

A situação é generalizada em todas as praças importantes brasileiras.

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Com esses preços, só para ficarmos na região Norte paulista e Sul de Minas, os pecuaristas dizem que não fazem dinheiro depois da compra do boi magro ou do bezerro.

“Se não vazar as cotações, não dá para a gente”, explica o produtor Juca Alves, barretense, aceitando, contudo, que preços explosivos do produto final puxam os preços do produto inicial.

Um boi magro a R$ 4,5 mil, que ele vê na região – e raro – não fecha as contas da engorda, inflacionadas, ainda, pelo valor da alimentação no semiconfinamento e no confinamento. “O custo para acelerar o acabamento, com suplementação, está cada vez mais caro”, diz.

Esse animal de 12 a 15 @s é o animal de curto prazo, em torno de três meses.

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Um bezerro bom, nelore, de 15 a 18 meses, em torno de 10 @s ou pouco mais, não está saindo por menos de R$ 3,5 mil, de acordo com o produtor.

Esse é o animal de longo prazo, para morrer no mínimo em 2022.

O cenário conduz à quase unanimidade dos agentes, a de que 2021 e 2022 serão anos de poucos animais sobrando, como já vem sendo desde 2019, a partir do abate de fêmeas e geração de menos crias. Este, sim, o nó a ser desatado.

Sem aumento expressivo da cria o jogo vai seguir jogado como é hoje.

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A demanda chinesa crescente por carnes (e soja e milho, razão dos preços altos de parte da alimentação em cocho) inflacionou também a roda da pecuária.

Os R$ 350 para o boi gordo, que poderia ser um valor “justo” para Juca Alves, portanto, também não é garantia de lucro.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
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