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Produtores não viram chuva quebrando a moagem na 1ª quinzena, como a Unica viu

25 jun 2021, 16:43 - atualizado em 26 jun 2021, 9:22
Colheita de cana-de-açúcar
(Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Depois que a Unica reportou quebra de quase 15% na produção de açúcar, acima de 8% no etanol e menos 14% na cana, na primeira quinzena de junho, alguns produtores estão tentando entender já que a entidade que reúne os fabricantes do Centro-Sul botou na conta das chuvas.

Sob pedidos de anonimato, consideram o registro muito excessivo, porque apesar da leve melhora da umidade, por experiência e por conta de pluviômetros viram a água muito longe de afetar as operações dessa magnitude.

De um deles, com expressiva presença na região central paulista: “Vai quebrar muito mais, porque [usinas] estão colhendo cana com menos de 12 meses para fechar a cota do mês. Isso vai puxar a quebra de produção sem afetar a quebra agrícola”.

Os únicos estados produtores, e de peso médio, nos quais choveu mais acima dos 50 mm, e ainda assim não pegando todas as regiões canavieiras, foi no Mato Grosso do Sul e Paraná. Neste segundo, Miguel Tranin, presidente da Alcopar, concorda com um pequeno atraso na colheita e fabricação.

Em São Paulo, só passou disso onde não tem cana, no Sul e no Litoral, e chegou perto apenas em parte do Sudoeste, na região de Assis.

Na parte mais central do estado, também apontada sob chuvas pela Unica, de Guariba para baixo, apenas em Araraquara e São Carlos raspou os 45 mm, mas com produtor dizendo a Money Times que em outra de suas fazendas a precipitação nos primeiros 15 dias do mês mal chegou aos 30 mm.

Mais ao Norte, a seca prevaleceu quase integralmente.

Na região de Araçatuba, um diretor do Siran, sindicato rural, registrou média de 42%, também com irregularidade intensa em relação às áreas atingidas. Outra região no Oeste no qual a entidade viu a moagem atrapalhada pelo regime hídrico.

Vale dizer também que basta uma verificada nos relatórios dos centros de meteorologia, como Inmet, e de empresas como Somar e Climatempo, os dados batem com os observados pelos produtores.

Em tempo: em outros dois importantes estados em produção de cana na safra atual, Goiás e Minas, nem há menção de chuvas que mereçam estatísticas nos relatórios meteorológicos.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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