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Via: Provisões trabalhistas contaminam resultado; ações despencam 12%

11 nov 2021, 13:31 - atualizado em 11 nov 2021, 13:39
Via Varejo Casas Bahia
A Via tem créditos tributários acumulados no valor de R$ 9,5 bilhões, e pretende monetizá-los para pagar pelos processos trabalhistas. (Imagem: Divulgação)

As ações da Via (VIIA3) são negociadas em forte queda nesta quinta-feira (11). Os investidores não receberam bem os resultados divulgados ontem à noite. O relatório pegou o mercado de surpresa pela parte das provisões trabalhistas, cujo impacto de R$ 810 milhões levou a um prejuízo contábil de R$ 638 milhões.

Às 13h22, o papel de uma das principais varejistas de e-commerce do Brasil despencava 11,91%, negociado a R$ 6,19. Na outra ponta, o Ibovespa disparava 2,39%, a 108.357,17 pontos.

A companhia disse que o aumento das provisões se deve basicamente a dois fatores: aceleração no ritmo de entrada de novos processos trabalhistas e aumento no ticket médio pela mudança do perfil das condenações.

Segundo a Genial Investimentos, as provisões trabalhistas, por mais que não sejam realmente uma novidade na tese de investimento da Via, pegaram todo mundo de surpresa porque, nos últimos cinco anos, a empresa estava conseguindo reduzir o volume de processos.

A Via disse que já colocou em prática um plano de ação para aprimorar a estrutura e a condução dos casos. A companhia tem créditos tributários acumulados no valor de R$ 9,5 bilhões, e pretende monetizá-los para pagar pelos processos trabalhistas.

“Enxergamos esse passivo trabalhista como um grande empecilho, uma vez que considerávamos que esses benefícios fiscais seriam exclusivamente utilizados para sustentar seu crescimento, especialmente em um ambiente extremamente competitivo, em que as margens continuaram pressionadas no curto prazo”, afirmaram Rafael Rehder e Eduardo Nishio, analistas da Genial.

Na avaliação da Ativa Investimentos, o aumento das provisões deve continuar impactando os resultados dos próximos trimestres. Ainda assim, a recomendação de compra foi reiterada, com preço-alvo de R$ 18,70.

A Genial também manteve a indicação de compra para o nome, dado o desconto da ação. O preço-alvo foi cortado para R$ 12 após a corretora adotar uma postura mais conservadora no crescimento da companhia, dada a alta competitividade no setor.

Desempenho aquém do esperado

Ponto Frio Via Varejo
O desempenho nas lojas físicas (-14,3% ano a ano) da Via observado no terceiro trimestre ficou aquém do esperado, na opinião da Ativa Investimentos (Imagem: Divulgação/ Via Varejo)

O mercado teve mais decepções com o balanço. O desempenho nas lojas físicas (-14,3% ano a ano) observado no terceiro trimestre ficou aquém do esperado, na opinião da Ativa.

A XP Investimentos destacou que a queda do fluxo nas lojas levou a uma retração de 6% na receita líquida, para R$ 7,3 bilhões. Por outro lado, as vendas digitais, próprias ou de terceiros tiveram um crescimento de GMV (volume bruto de mercadorias) de 34,7%, totalizando R$ 6,6 bilhões e aumentando a participação nas vendas totais do grupo em 12,9 pontos percentuais, para 59,8%.

A XP manteve recomendação neutra para a ação, bem como o preço-alvo de R$ 10.

Segundo o BTG Pactual, um potencial re-rating do papel dependerá da monetização dos créditos fiscais, de uma recuperação sustentável no tráfego de pedestres nas lojas, do desempenho de seu negócio de e-commerce, especialmente do progresso em novas categorias no marketplace, e da evolução da monetização do GMV nos próximos trimestres.

O Bank of America acredita que a fraqueza do cenário macro e a competição no e-commerce podem impactar o sentimento do mercado, respingando nas ações da Via.

Os dois bancos reiteraram a recomendação neutra para a ação, com preços-alvo de, respectivamente, R$ 21 e R$ 9.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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