Política

Psol vai defender CPI para investigar milícias

12 mar 2019, 14:26 - atualizado em 12 mar 2019, 14:26
marcelo freixo
Marcelo Freixo, deputado federal do PSOL (Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O deputado federal Marcelo Freixo (Psol-RJ), que era amigo pessoal e ex-chefe da vereadora assassinada Marielle Franco, disse em entrevista coletiva na Câmara dos Deputados que seu partido irá propor nos próximos dias uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a ação de milícias – grupos armados que defendem interesses particulares e visam lucro e poder – em todo o País.

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Na avaliação de Freixo, a prisão, nesta terça-feira (12), de dois suspeitos de terem cometido o assassinato de Marielle e de seu motorista Anderson Gomes, que dirigia o carro em que ela estava, não encerra o caso.

Ele sustenta que mais importante do que saber quem matou Marielle é descobrir se há mandantes do crime e se eles têm ligação com milícias que atuam no Rio de Janeiro. “Se nós não descobrimos a razão, a motivação da morte da Marielle, a gente não tem democracia nesse País. Não é porque Marielle era de esquerda, não é porque Marielle era do PSol. É porque há um grupo político no Rio de Janeiro, no século 21, capaz de matar como forma de fazer política. Isso é inaceitável”, disse Freixo.

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Não é aceitável que as pessoas façam política negociando com o crime, diz Freixo (Imagem: Najara Araujo/Câmara dos Deputados)

Crime e política

Freixo lembrou que Marielle Franco começou na política em 2006, quando integrou a equipe de campanha que o elegeu deputado estadual no Rio de Janeiro, passando a assessorá-lo por 10 anos. “Em 2008, quando eu fiz a [Comissão Parlamentar de Inquérito] CPI das Milícias, Marielle trabalhava comigo. E a CPI conclui dizendo que crime, polícia e política não se separam no Rio de Janeiro”, disse Freixo, cobrando a investigação da participação de milícias no assassinato da vereadora.

Segundo ele, a CPI acabou levando à prisão de muitos investigados, mas as milícias não deixaram de existir porque continuam ajudando a eleger políticos. “Não é aceitável que as pessoas, até hoje, façam política negociando com o crime. Isso deve ser cobrado independente de ter ou não vínculo com a [morte da] Marielle”, concluiu Freixo.

Citando o caso do Rio de Janeiro, Freixo afirma que o crime dá lucro político. “A gente tem que pagar com a vida da Marielle o preço da insegurança e do conluio político de tantos anos na segurança pública de vários governos”, disse.

O deputado, que há 10 anos é acompanhado por seguranças por ter sofrido ameaças de morte, disse ainda que só se sentirá mais seguro com a elucidação dos mandantes do crime de Marielle. “Nós não vamos ficar seguros se a gente aumentar em dois, três, quatro o número de seguranças. Vai nos deixar mais seguros saber que grupo político está por trás da morte de Marielle. Quem foi capaz de fazer isso”, finalizou.

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Os suspeitos de matar a vereadora carioca Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes, no dia 14 de março de 2018, que foram presos nesta terça-feira (12) são o policial militar reformado Ronnie Lessa, 48 anos, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos. As investigações apontam que Ronnie fez os disparos contra a vereadora e Élcio dirigiu o carro usado para levar o executor.

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