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Quais são os portos seguros de mercado na hora da volatilidade?

26 mar 2025, 10:42 - atualizado em 26 mar 2025, 10:42
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O mercado nos ensina constantemente que buscar proteção para a volatilidade é tão importante quanto buscar rentabilidade. (istock.com/primeimages)

Nas últimas semanas, vivenciamos momentos catastróficos nos mercados financeiros, um verdadeiro exemplo do conceito de risk-off. Em termos simples, risk-off ocorre quando os investidores fogem do risco e buscam proteção em ativos considerados seguros. O oposto desse movimento é o risk-on.

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Vimos uma queda substancial em praticamente todos os mercados de risco, incluindo ações, commodities, moedas e criptomoedas. Curiosamente, apenas os títulos do governo dos EUA registraram valorização expressiva, assim como algumas moedas de proteção, como o iene japonês e o franco suíço. Isso me levou a refletir: o que o dólar protege? E o Bitcoin? Cada ativo tem suas vantagens e desvantagens, e é exatamente isso que quero discutir hoje.

Título de 10 anos dos EUA

Este será o ativo de referência para compararmos os demais. O título de 10 anos dos EUA é amplamente considerado um investimento seguro por ser garantido pelo governo americano, ter rendimento previsível e, dependendo da duração, oferecer menor volatilidade. Além disso, possui alta liquidez e é frequentemente utilizado como refúgio em momentos de crises governamentais ou financeiras.

Entretanto, ele não é isento de riscos. Seu desempenho pode ser fortemente impactado por decisões políticas e econômicas dos Estados Unidos, como as do Fomc, além de fatores como inflação, desvalorização do dólar e tributação.

Ouro

O ouro é historicamente o ativo de proteção por excelência. Sua natureza deflacionária garante que seu valor não se degrade ao longo do tempo, tornando-o um porto seguro contra a inflação. Durante momentos de incerteza ou crise, ele é amplamente buscado por sua independência de governos e alta liquidez.

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No entanto, possui desvantagens: não gera renda passiva, não paga cupons nem dividendos e envolve custos de armazenamento, segurança e transporte. Além disso, por ser um ativo físico, pode estar sujeito a taxação governamental.

No gráfico, observamos a relação entre o Tesouro de 10 anos dos EUA e o ouro, destacando como o título teve variação de 1% a.a., enquanto o ouro acumulou valor ao longo do tempo.

COMEX:GC1! Chart Image by GFauth

Dólar, Iene e Franco Suíço

O dólar é a moeda mais utilizada globalmente, com alta demanda em tempos de crise e valorização em ciclos de aperto monetário. No entanto, assim como os títulos do Tesouro americano, seu desempenho depende diretamente da política econômica dos EUA.

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Já o iene japonês e o franco suíço se destacam como moedas de proteção por diferentes razões. Historicamente, pertencem a países com baixa inflação, estabilidade política e mercados líquidos. O iene, em particular, é amplamente utilizado no carry trade, onde investidores tomam empréstimos a juros baixos no Japão para aplicá-los em mercados com maior rentabilidade.

Entretanto, essas moedas apresentam limitações, como baixa taxa de valorização e juros historicamente baixos (ou até negativos). Apesar disso, elas frequentemente se fortalecem durante crises, quando investidores buscam refúgio fora da esfera de influência dos Estados Unidos.

No gráfico, podemos ver a correlação entre moedas de proteção e os títulos de 10 anos dos EUA, destacando momentos em que o dólar perdeu força enquanto iene e franco suíço ganharam tração.

TVC:DXY Chart Image by GFauth

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Bitcoin

Assim como o ouro, o Bitcoin é escasso e sua oferta é limitada por um protocolo imutável no blockchain. Sua descentralização e ausência de controle governamental fazem dele um ativo potencialmente interessante para proteção contra a desvalorização de moedas fiduciárias e riscos sistêmicos.

Diferentemente do ouro, o Bitcoin não impõe custos físicos de armazenamento e transporte, além de ser altamente seguro e transparente em sua rede digital.

No entanto, alguns desafios dificultam sua adoção como reserva de valor. O Bitcoin é altamente volátil, podendo tanto valorizar significativamente quanto sofrer quedas expressivas no curto e médio prazo. Não gera renda passiva, juros ou dividendos, e sua custódia deve ser feita pelo próprio investidor para garantir maior segurança. É possível armazená-lo em terceiros, mas isso implica riscos adicionais, como ataques hackers e dependência da infraestrutura e da cibersegurança do provedor escolhido.

Embora o Bitcoin tenha uma volatilidade exacerbada, ele ainda não passou por uma crise econômica global profunda. Isso poderia gerar discussões sobre sua maturidade como reserva de valor. Durante a crise de 2008, por exemplo, o ouro foi tradicionalmente considerado uma proteção e foi amplamente valorizado naquele momento onde um ativo de segurança não negociando em mercado aberto global, os Imóveis, depreciaram muito.

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No gráfico abaixo, destaco momentos do último ano em que o título de 10 anos dos EUA e o Bitcoin apresentaram correlação negativa, sugerindo que investidores venderam Bitcoin para alocar recursos em títulos como forma de proteção.

Compreender a função de cada ativo de segurança no mercado financeiro é essencial para uma boa estratégia de diversificação. Não existe um refúgio perfeito – cada ativo tem seus prós e contras, e sua eficiência varia de acordo com o cenário econômico.

O mercado nos ensina constantemente que buscar proteção é tão importante quanto buscar rentabilidade. Saber quando adotar uma postura risk-off e como alocar ativos defensivos pode ser a chave para minimizar perdas e preservar patrimônio em tempos de turbulência.

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Ainda há muito a se discutir sobre o tema, mas por hoje, fica a reflexão. Você já decidiu como proteger sua carteira para os próximos desafios do mercado?

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