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Qual é o apetite do Bradesco (BBDC4)? CEO responde e faz alerta

31 jul 2025, 10:39 - atualizado em 31 jul 2025, 10:52
Marcelo Noronha Bradesco (1)
"Estamos muito otimistas com a operação e com tudo o que temos feito com tudo o que já entregamos", disse (Divulgação: Bradesco)

Otimista com a operação, cauteloso com a economia.

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Assim está o sentimento do CEO do Bradesco (BBDC4), Marcelo Noronha, após o banco reportar mais uma pernada de lucro, com alta de 29% em relação ao mesmo período do ano passado.

Na bolsa, a ação subia 0,64% por volta das 10h28.

Segundo o executivo, o banco está no caminho certo para ‘virar a página’. Desde 2024, o Bradesco implementa uma série de medidas para melhorar a operação, após sofrer com piora da inadimplência.

A prioridade até aqui tem sido melhorar a qualidade dos ativos e recuperar a rentabilidade, mesmo que isso implique em um crescimento de crédito mais contido em 2025.

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“Estamos muito otimistas com a operação e com tudo o que temos feito com tudo o que já entregamos”, disse.

Agora, em relação à economia, o banco mantém “o pé no chão”.

“Cautela, porque a taxa de juros nominal está em 15%, com uma taxa real ao redor de 9%. Então, há setores que sofrem mais, naturalmente, em um período como este”.

Mesmo assim, ele afirma que até aqui a atividade ainda está razoável, embora dados do Banco Central já mostrem uma desaceleração geral do mercado.

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“A demanda caiu um pouco, mas o nível de desemprego ainda está baixo no Brasil”.

A carteira de crédito expandida do banco voltou a subir e chegou a R$ 1 trilhão, alta de 1,3% no trimestre e 11,7% no ano.

Houve expansão de 16% na carteira de pessoas físicas e 8,6% na de pessoas jurídicas (empresas).

Aumento de calotes?

Apesar disso, o banco elevou sua despesa com PDD, reserva de capital que bancos fazem para lidar em casos de inadimplência, em 11,7% no ano e 6,5% no trimestre, para R$ 8,9 bilhões.

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O aumento também foi visto no Santander (SANB11), o que pode indicar uma maior cautela dos bancos em meio à disparada dos juros.

Noronha diz, no entanto, que alta está relacionada à aquisição do banco John Deere, que não havia sido consolidada.

“A consolidação ocorreu agora, pela primeira vez. E maio, sazonalmente, é um mês em que o agro apresenta maior demanda. Depois, esse movimento começa a cair — como já observamos em junho.
Não há nada de anormal. Estamos bem e tranquilos com tudo o que tem sido feito”.

Crédito consignado privado; vai pegar?

O Bradesco também evitou entrar de cabeça no crédito consignado privado, linha criada pelo governo para incentivar a concessão de crédito.

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“Havia receio quanto à escrituração. O índice de inadimplência nesse tipo de crédito está elevado. Uma coisa é fazer consignado para o INSS ou para o setor público; outra é o consignado privado”.

Nesse caso, afirma, o risco é da empresa e do trabalhador, que pode não estar mais empregado amanhã.

“É um risco diferente. Mesmo assim, a inadimplência divulgada pela Febraban foi superior a 16%”.

Porém, agora o Bradesco pretende acelerar nesse segmento, já que a escrituração está ajustada, segundo o executivo.

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“Mantivemos nossa coerência. Só para reforçar: não estamos dispostos a entrar em aventuras”, completa.

ROE em alta

Questionado quando o Bradesco pode superar o custo de capital, Noronha evitou dar um prazo, mas diz que o banco caminha para isso.

No segundo trimestre, o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) mostrou evolução e subiu 3,2 pontos percentuais no ano e 0,2 pp no trimestre, para 14,6%.

Com a Selic a 15%, falta pouco para o banco superar a marca.

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E as tarifas de Trump?

Noronha também disse que as tarifas do presidente americano Donald Trump não são um risco.

Na última quarta, Trump confirmou que irá taxar o Brasil em 50%, mas fez quase 700 exceções aos produtos brasileiros.

“Para o banco, avaliamos a situação e não identificamos nenhum impacto que possa ser considerado minimamente relevante. Não há qualquer grau de materialidade. Acreditamos que, para a maior parte dos bancos, também não haverá impacto”, afirmou.

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Mesmo assim, Noronha disse que para algumas empresas de setores específicos, sim, a medida é negativa.

“Será necessário acompanhar o desenrolar da diplomacia e também observar a possibilidade de demanda substituta vinda de outros mercados — para certos produtos, para certas companhias”, afirmou.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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