Auren (AURE3): Analistas dizem quando empresa voltará a pagar bons dividendos

A Auren (AURE3) é uma empresa sempre citada para embolsar bons dividendos.
No entanto, nos últimos trimestres a companhia tem frustrado parte dos investidores. Isso porque realizou alguns movimentos ousados, como a compra dos ativos da AES Brasil, que custou cerca de R$ 7 bilhões.
Dessa forma, não teve jeito. A companhia viu o seu endividamento subir, obrigando a segurar a distribuição.
Em 2024, por exemplo, o retorno foi modesto, de R$ 0,40, com dividend yield (DY) de 4,6 %. Até o momento, registra apenas R$ 0,057, com DY de 0,6 %.
Dividendos fracos ainda por anos
Segundo relatório da Genial Investimentos, os investidores não devem criar grandes expectativas.
“É razoável esperar por dividendos no piso mínimo obrigatório até 2027”, diz.
Apesar disso, a Genial acredita que a empresa segue na direção correta para colocar a casa em ordem.
O endividamento da Auren, que era de 5,7x dívida líquida/Ebitda no fechamento de 2024, já recuou para 5,0x.
A meta é alcançar uma alavancagem de 3,0x a 3,5x até 2027, patamar que abriria espaço para pensar em dividendos mais robustos.
Caminhos para a desalavancagem
Entre as medidas que devem ajudar nesse processo, a Genial destaca:
- apropriação de sinergias operacionais melhores do que o inicialmente anunciado na compra da AES Brasil;
- gestão ativa da dívida, com renegociação de prazos e custos, como no caso do projeto Guaimbê, cujas ações preferenciais do Itaú agora têm correção apenas pelo CDI;
- entrega de novos projetos como o Cajuína 3, somado ao avanço do turnaround;
- oferta restrita de energia no mercado, o que deve favorecer preços mais altos no futuro.
Dia do investidor reforça confiança, mas não empolga
A Auren realizou recentemente seu Dia do Investidor, evento bem recebido pelos analistas.
Segundo a Genial, o encontro foi “conciso e técnico”, reforçando a visão positiva sobre a regulação do setor, o cenário de preços de energia e o processo de desalavancagem.
Porém, mesmo com sinais positivos no operacional, a casa mantém uma recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 9,00 — o que indica potencial de queda de 1%.
O Safra também adota postura semelhante.
Para o banco, a Auren entrega bons resultados operacionais, mas ainda enfrenta pressões no curto prazo, principalmente por causa da alavancagem e do curtailment (restrição de geração).
“Seguimos monitorando os impactos do curtailment na geração de caixa e na desalavancagem. Mantemos recomendação Neutra para Auren, principalmente por questões de avaliação, com retorno real implícito de 10,3%”, afirma o Safra.