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Auren (AURE3): Analistas dizem quando empresa voltará a pagar bons dividendos

16 jul 2025, 16:46 - atualizado em 16 jul 2025, 17:45
Auren
O Safra também adota postura semelhante (Imagem: Divulgação/Cesp)

A Auren (AURE3) é uma empresa sempre citada para embolsar bons dividendos.

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No entanto, nos últimos trimestres a companhia tem frustrado parte dos investidores. Isso porque realizou alguns movimentos ousados, como a compra dos ativos da AES Brasil, que custou cerca de R$ 7 bilhões.

Dessa forma, não teve jeito. A companhia viu o seu endividamento subir, obrigando a segurar a distribuição.

Em 2024, por exemplo, o retorno foi modesto, de R$ 0,40, com dividend yield (DY) de 4,6 %. Até o momento, registra apenas R$ 0,057, com DY de 0,6 %.

Dividendos fracos ainda por anos

Segundo relatório da Genial Investimentos, os investidores não devem criar grandes expectativas.

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“É razoável esperar por dividendos no piso mínimo obrigatório até 2027”, diz.

Apesar disso, a Genial acredita que a empresa segue na direção correta para colocar a casa em ordem.

O endividamento da Auren, que era de 5,7x dívida líquida/Ebitda no fechamento de 2024, já recuou para 5,0x.

A meta é alcançar uma alavancagem de 3,0x a 3,5x até 2027, patamar que abriria espaço para pensar em dividendos mais robustos.

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Caminhos para a desalavancagem

Entre as medidas que devem ajudar nesse processo, a Genial destaca:

  1. apropriação de sinergias operacionais melhores do que o inicialmente anunciado na compra da AES Brasil;
  2. gestão ativa da dívida, com renegociação de prazos e custos, como no caso do projeto Guaimbê, cujas ações preferenciais do Itaú agora têm correção apenas pelo CDI;
  3. entrega de novos projetos como o Cajuína 3, somado ao avanço do turnaround;
  4. oferta restrita de energia no mercado, o que deve favorecer preços mais altos no futuro.

Dia do investidor reforça confiança, mas não empolga

A Auren realizou recentemente seu Dia do Investidor, evento bem recebido pelos analistas.

Segundo a Genial, o encontro foi “conciso e técnico”, reforçando a visão positiva sobre a regulação do setor, o cenário de preços de energia e o processo de desalavancagem.

Porém, mesmo com sinais positivos no operacional, a casa mantém uma recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 9,00 — o que indica potencial de queda de 1%.

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O Safra também adota postura semelhante.

Para o banco, a Auren entrega bons resultados operacionais, mas ainda enfrenta pressões no curto prazo, principalmente por causa da alavancagem e do curtailment (restrição de geração).

“Seguimos monitorando os impactos do curtailment na geração de caixa e na desalavancagem. Mantemos recomendação Neutra para Auren, principalmente por questões de avaliação, com retorno real implícito de 10,3%”, afirma o Safra.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.