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Quão reais são os volumes de negociação de criptoativos?

22 maio 2020, 14:01 - atualizado em 22 maio 2020, 14:01
É necessária a criação de novas métricas de mercado para que a indústria amadureça e mais investidores confiem nas empresas por conta de sua transparência (Imagem: Freepik)

Um dos aspectos mais enlouquecedores para investidores profissionais em relação aos mercados cripto é que é óbvio onde a liquidez é acumula e onde as descobertas de preço acontecem, mas não são bem compreendidas ou devidamente calculadas em lugar algum.

Iniciativas como o estudo hercúleo da Bitwise sobre a manipulação de volumes de negociação ajudaram a separar os legítimos livros de oferta dos falsos, resultando na criação de métricas como “Real 10” Volumes da Messari, que fornece uma lista das dez principais corretoras que fornecem volumes verdadeiros de seus volumes.

Mas essa métrica omitiu alguns dos maiores mercados do mundo, em especial plataformas com certo volume exagerado, mas, ao mesmo tempo, com enormes e legítimos volumes de negociação.

Foram listadas gigantes corretoras, como Bithumb, UpBit e CoinOne (da Coreia do Sul), Liquid (Japão) e, principalmente, Huobi, OKEx/OKCoin e Gate.io (China).

Geralmente, outros serviços de dados ou ignoram volumes superinflacionados e descontrolados, misturam volumes de mercado à vista e de derivativos, ou ambos.

A Messari decidiu curar os curadores de dados e decidiu tomar a abordagem mais aliada ao senso comum, por mais imperfeita que seja, mas direcionalmente adequada para estimar os verdadeiros volumes de negociação.

Mas a equipe sabia que precisava acrescentar mais corretoras à sua metodologia, então decidiram classificar corretoras por legitimidade de volume de negociações com base em uma análise de estimativas fornecidas por terceiros: rankings de corretoras, classificações e estimativas de liquidez da CoinGecko, CoinMarketCap, CryptoCompare, CryptoWatch (da Kraken), Nomics e o monitor de volume da FTX, além de outros dados transacionais em blockchains da Chainalysis e de outros fornecedores de dados, bem como indícios de grandes negociadores.

Como resultado, a Messari acrescentou dez corretores à sua métrica “Real 10”, mas aplicou uma redução de 50% sobre corretoras sul-coreanas e chinesas para se aproximar melhor a seus verdadeiros volumes.

A alteração na metodologia da Messari ajudará a fornecer uma melhor curadoria de dados fornecidos por corretoras, aumentando a confiança do setor cripto (Imagem: Freepik)

A equipe acredita que isso reflete melhor a magnitude de ajustes necessários em vez de realizar simples comparações de tráfego on-line que, geralmente, descontam esses volumes em cerca de 90%.

(A título de curiosidade, esta metodologia também se alinha melhor à classificação do monitor de volumes da FTX, e essa galera é boa demais nas negociações.)

Os resultados da mudança na metodologia da Messari propulsionam Huobi, OKEx, Liquid, Bithumb e UpBit para o top 10 por volume sem catapultá-las além dos constituintes anteriores de forma inadequada.

(Binance se mantém no primeiro lugar por volumes legítimos entre a maioria dos ativos listados.

Mais importante, a Messari irá analisar sua metodologia trimestralmente a fim de acrescentar ou remover corretoras constituintes, além de ajustar os parâmetros de volume.

Em um jogo de dados permanente entre gato e rato, a Messari acredita que o método mais conservador, porém preciso, para atualizar as estimativas reais de volumes de corretoras será análogo ao mantra “hire slow, fire fast” (ou “contrate devagar e demita rápido”) no setor de contratações: acrescentar, aos poucos, mais corretoras conforme seus volumes se tornem materiais, e inúmeros serviços independentes de dados verifiquem a integridade de seus dados, e remover rapidamente corretoras cujos volumes disparam além das estimativas normais ou deem quaisquer sinais negativos sob análise de terceiros (incluindo a da Messari).

Essa é uma mudança necessária, mas pode parecer contraintuitiva num primeiro momento. Pode ter certeza que é um método mais confiável do que outras alternativas.

Por Ryan Selkis, da Messari

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