Queda da bolsa com “efeito Flávio Bolsonaro” abre oportunidade de compra, diz Gavekal
A dramática reação dos mercados ao anúncio de que Flávio Bolsonaro pretende disputar as eleições presidenciais abriu uma oportunidade de compra na bolsa e nos ativos brasileiros. A visão é da empresa de análise Gavekal, referência entre investidores estrangeiros em mercados emergentes.
A decisão do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro de se colocar como um dos postulantes ao Planalto em 2026 fez o Ibovespa recuar 4,3% na sexta-feira (5), enquanto o dólar avançou 2,8% e os juros futuros dispararam.
“Foi um dia ruim para quem (como nós) está comprado em ativos brasileiros”, afirmou a Gavekal em relatório assinado por Louis-Vincent Gave.
Embora o mercado considere baixas as chances de vitória de Flávio, a preocupação é que a candidatura do senador divida a direita e abra caminho para a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com o sócio-fundador da Gavekal.
Gavekal vê reação da bolsa exagerada
Na visão da casa de análises, o anúncio de Flávio tem mais relação com uma tentativa de conseguir uma vaga como vice do que uma intenção genuína de entrar na disputa presidencial.
Como uma vitória de um candidato de direita como Tarcísio de Freitas provavelmente levaria a um indulto presidencial, a última coisa que Jair Bolsonaro desejaria seria outra vitória de Lula, de acordo com o analista.
“Para Jair Bolsonaro, unir a direita será, portanto, não apenas do interesse do país, mas também, e muito, do seu próprio interesse”, escreveu Gave.
Em resumo, a Gavekal entende que a reação da bolsa na sexta-feira ao “efeito Flávio Bolsonaro” foi exagerada e abriu uma oportunidade de compra.