Queda das vendas no Brasil e China pesam sobre a AB InBev, mas lucros superam estimativas

A gigante da cerveja Anheuser-Busch InBev superou as estimativas de lucro do segundo trimestre, mesmo com a queda nos volumes de cerveja, puxada por vendas fracas na China e no Brasil.
Em anúncio nesta quinta-feira (31), a maior cervejaria do mundo em volume disse que seu lucro operacional orgânico nos três meses até o final de junho cresceu 6,5%, superando as expectativas dos analistas de um aumento de 5,7%, graças ao crescimento da receita e ao controle de custos, que ampliaram as margens.
A AB InBev afirmou que seu desempenho demonstra a resiliência de sua estratégia em um ambiente operacional que o CEO Michel Doukeris descreveu como “dinâmico”.
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A fabricante das cervejas Corona e Stella Artois, além das marcas brasileiras Brahma, Antártica e Skol, tem superado as expectativas de lucro, animando os investidores, e aumentado suas receitas ao fazer os consumidores pagarem mais por suas cervejas. No entanto, ela e outras grandes cervejarias têm tido dificuldades para crescer em volume.
Concorrentes afirmam que as ameaças tarifárias dos Estados Unidos prejudicaram as vendas de cerveja tanto nos EUA quanto em outras regiões das Américas, mercados-chave para a AB InBev.
No entanto, a cervejaria não mencionou tensões comerciais em seu comunicado, atribuindo as vendas fracas em mercados como o México pelo clima desfavorável (onde a Heineken apontou cautela dos consumidores por causa de tarifas).
Os volumes da empresa caíram 1,9% organicamente no segundo trimestre, pior do que as expectativas de uma queda de 0,3%. A Heineken já havia alertado que seus volumes podem continuar fracos no restante do ano.
A AB InBev disse que o clima ruim também prejudicou as vendas no Brasil, onde teve um desempenho inferior ao da indústria como um todo.
Na China, onde a empresa tem tido dificuldades para acompanhar o rápido crescimento de concorrentes como a Heineken, houve uma queda de 7,4% nos volumes.
As vendas do portfólio de cervejas mais premium da empresa também foram afetadas no maior mercado de cerveja do mundo, onde a economia enfraquecida reduziu a confiança dos consumidores.