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Queda de preços castiga Rumo, mas empresa continua atraente, apontam analistas

12 nov 2020, 16:38 - atualizado em 13 nov 2020, 3:28
Rumo
Segundo analistas, a queda nos preços pesou no resultado, com o valor do frete caindo 7% nas operações do norte. (Imagem: Rumo/Divulgação)

O volume recorde transportado no terceiro trimestre não foi capaz de segurar a queda de 54% no lucro da Rumo (RAIL3) no terceiro trimestre.

Segundo analistas, os preços mais baixos pesaram no resultado, com o valor do frete caindo 7% nas operações do norte. Para piorar, os custos também aumentaram, levando a uma redução de 0,3% na receita líquida.

Outro fator apontado pelo Banco Safra foi a concorrência mais acirrada com os caminhões no estado de Mato Grosso, maior produtor de soja do país. As exportações do estado via Porto de Santos, onde a empresa opera, caíram 6%, enquanto em outros portos aumentaram 6,5%.

Para o analista Luiz Peçanha, que assina o relatório do banco, a pavimentação de trechos da rodovia BR-163, que atravessa o estado do Mato Grosso, reduziu o preço do frete de caminhões.

“Embora acreditamos que a cobrança de pedágio na BR-163 deve reequilibrar esse cenário competitivo, o resultado da empresa deve seguir pressionado no curto prazo, visto que o leilão desta rodovia, que estava prevista para o quarto trimestre, ainda não tem data para ocorrer”, afirma.

Em relação a elevação de despesas, Peçanha lembra que a companhia pagou R$ 5,1 bilhões em taxas de outorga relacionadas às suas concessões Malha Central e Malha Paulista, o que impulsionou o indicador.

O analista Luis Sales, da Guide Investimentos, reafirma a visão de que a Rumo foi extremamente prejudicada pelo aumento das despesas financeiras decorrentes da renovação da Malha Paulista, “além dos custos de solução logística e queda na tarifa do transporte ferroviário”.

O Ebtida ajustado de R$ 1,1 bilhão ficou 7% acima das estimativas do Bradesco BBI, mas 7% abaixo do consenso de mercado.

Recomendação

Mesmo com a queda, os analistas afirmam que o desempenho negativo é passageiro e que a empresa possui uma robusta tese de investimento para o longo prazo.

O Safra reafirmou a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 27,40, potencial de valorização de 37%.

A Ágora Investimento também manteve a recomendação de compra e o preço-alvo de R$ 34 por ação para dezembro de 2021.

As ações da Rumo caiam 5,64% por volta das 16h, a R$ 18,92.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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