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Queda do peso argentino pode tornar a vida dos moinhos de trigo mais barata

13 ago 2019, 11:23 - atualizado em 13 ago 2019, 11:23
Trigo cereais
Argentina é o principal provedor do cereal ao Brasil, com produção deficitária ante a demanda (Imagem: pixabay)

A desvalorização do peso argentino é acentuada desde o começo do ano frente ao dólar e ao real (18%), na rabeira da crise que Maurício Macri não conseguiu conter. Ficou mais barato ainda comprar do vizinho com a debacle de ontem (12), quanto a alta da divisa americana chegou a 30% e a do real a 25%. O trigo é o principal produto beneficiado, com a safra argentina prestes a começar ser colhida.

De janeiro a julho, o Brasil gastou US$ 798 milhões de dólares comprando o cereal argentino.

Cristina Kirchner e seu cabeça de chapa presidencial Alberto Fernández saíram com folga sobre Macri nas prévias de domingo, botaram fogo no mercado, deixaram a Argentina na expectativa de default, mas pode tornar a vida dos moinhos brasileiros mais fácil se a crise não for contida.

Do total importado pelo Brasil de janeiro a julho, 3,8 milhões de toneladas, o parceiro do Mercosul, que o presidente Jair Bolsonaro teme virar uma Venezuela e despejar imigrantes ao Rio Grande do Sul, mandou nada mais que 3,4 milhões de toneladas.

O Brasil é altamente deficitário em trigo e a Argentina é de longe o maior provedor.

Vinhos, lácteos, um pouco de batata, cebola e alho, entre poucos outros produtos do agro importados tendem também a ficar mais baratos para os compradores brasileiros.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.