BusinessTimes

Queda ‘estrutural’ ameaça viagens de negócios na era pós-Covid

13 nov 2021, 13:00 - atualizado em 12 nov 2021, 0:40
Aviação Avião Setor Aéreo
A perda poderia provocar uma ampla revisão da estratégia de operadoras de serviço completo, porque a demanda corporativa responde por até 75% dos lucros e quase 30% das vendas (Imagem: Pixabay)

Enquanto o setor de aviação busca se recuperar da crise causada pela pandemia, outra se agiganta no mercado de viagens de negócios, segundo um novo relatório.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As empresas tendem a manter um rigoroso controle sobre o volume de viagens nos próximos anos, o que pode levar a uma queda “estrutural” de 15% a 25% até 2025 em relação ao período pré-pandemia, disse a consultoria AlixPartners na quarta-feira.

A perda poderia provocar uma ampla revisão da estratégia de operadoras de serviço completo, porque a demanda corporativa responde por até 75% dos lucros e quase 30% das vendas.

“As viagens de negócios serão mais atingidas do que as de lazer”, disse Pascal Fabre, sócio-gerente da empresa com sede em Paris. “Haverá um efeito duradouro do trabalho híbrido e da redução dos gastos corporativos com viagens.”

Companhias aéreas europeias como Air France-KLM e British Airways, controlada pela IAG, se beneficiaram da recuperação das viagens regionais no verão do hemisfério norte. Também aumentam a capacidade depois que os Estados Unidos suspenderam as restrições de fronteira nesta semana. No entanto, a recuperação total dos voos globais aos níveis anteriores à crise só é esperada em meados da década, disse a AlixPartners.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As aéreas, atingidas financeiramente e endividadas após a crise de Covid, mantêm as esperanças. Shai Weiss, CEO da Virgin Atlantic Airways, disse esta semana que espera uma recuperação total das viagens de negócios até 2023. Mas o CEO da IAG, Luis Galego, disse que a demanda deve permanecer 15% inferior aos níveis de 2019 até lá.

Reduções de custos, tarifas

Nesse período o setor faz mais cortes de custos, acordos para frotas e simplificação de frotas, além da venda de ativos não essenciais. A consolidação também pode ser iminente à medida que operadoras mais fortes ganham mercado de aéreas mais fracas por meio da redução de tarifas.

“Buscam manter a disciplina em capacidade, mas há alto risco de uma disputa por participação de mercado”, disse Fabre, acrescentando que pode haver “guerras de tarifas”.

Para o lucrativo segmento de viagens de negócios, a maior ameaça vem de cortes nas reuniões internas – que representam cerca de 40% dos voos corporativos – enquanto viagens para encontrar clientes têm maior probabilidade de serem mantidas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

bloomberg@moneytimes.com.br