Quem comprou Via (VIIA3) em julho levou 25% de retorno; o que esperar do papel? Veja ranking de altas

O Ibovespa encerrou o mês de julho com chave de ouro. Com o salto de hoje, o índice fechou o período com alta de 4,69%, recuperando parte do tombo de junho, quando caiu mais de 8%, mas longe de mostrar o vigor de abril, quando bateu em 120 mil pontos.
Segundo analistas da Ágora Investimentos, o cenário global e os desafios internos com indefinições fiscais e políticas continuam exigindo uma dose de cautela.
“Por outro lado, os valuations das companhias continuam muito atrativos, considerando os atuais níveis de preços. O Ibovespa está sendo negociado ao redor de 6,1x o múltiplo P/L (preço sobre lucro) projetado, contra média histórica de 11-12x”, completa.
Por que a Via disparou?
No mês, o destaque ficou para as ações de varejo, que foram penalizadas com a alta dos juros. A Via (VIIA3), que carregava queda de até 80%, ganhou fôlego e subiu 25%, liderando as altas do Ibovespa.
Fabrício Gonçalvez CEO da BOX Asset Management, lembra que a elevação foi um claro movimento de correlação negativa.
“Essa alta pode ter sido ocasionada pelo mercado avaliando uma taxa de juros menor para o próximo ano, entretanto, não deve ficar muito abaixo da vigente”, completa.
Outro fator que impulsionou a ação foi a rotação na bolsa, com investidores saindo de papéis de commodities indo para ações de consumo.
Para a Guide Investimentos, por exemplo, é possível sim falar no “fim da alta das commodities”.
“As commodities costumam ter bom desempenho no fim do ciclo econômico. Tanto em 2008 quanto agora, os preços das commodities atingiram um pico cerca de seis meses depois do pico no mercado de ações. A queda das commodities possuem implicações bem claras para a inflação, política monetária e também para o mercado de ações”, coloca.
O que esperar para o papel daqui para frente?
Para Gonçalvez, o cenário pela frente é bastante incerto.
“Do último fundo até o presente momento, a Via (VIIA3) conta com uma valorização de aproximadamente 38%. Mas se avaliar a queda do topo histórico ao preço de hoje chega próximo dos 88%. É preciso ter bastante cautela para investir em ativos de maior volatilidade e com uma dinâmica mais cíclica”, diz.
No último mês, o BTG Pactual atualizou as estimativas de Via com recomendação neutra. O banco cortou o preço-alvo de R$ 8 para R$ 4.
Analistas do banco projetam um cenário ainda desafiador pela frente, com o e-commerce local desacelerando nas principais categorias (eletrônicos e eletrodomésticos) e a competição se tornando cada vez mais evidente no setor.
No caso da Via, as provisões anunciadas para os próximos anos devem continuar pressionando os resultados da companhia.
Victoria Minatto, analista de varejo da Benndorf, afirma que com a inflação alta, as ações de consumo tendem a sofrer mais volatilidade, em especial as mais afetadas pelo cenário macro, como Via e Magalu (MGLU3), que possuem um ticket médio mais alto (muito dependentes de linha branca).
“Temos opções melhores no varejo, como Arezzo (ARZZ3), Vivara (VIVA3) e Soma (SOMA3), mas, principalmente, fora do setor, com companhias que geram caixa e pagam bons dividendos e não são tão afetadas pelo macro”, conclui.
Veja as cinco maiores altas do mês:
Empresa | Ticker | Alta |
---|---|---|
Via | VIIA3 | 25% |
Positivo | POSI3 | 23,60% |
Petrobras | PETR4 | 22,27% |
Petrobras | PETR3 | 21,02% |
Locaweb | LWSA3 | 20,46% |
Cielo | CIEL3 | 18,13% |
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