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Quem está na frente na corrida pela inteligência artificial?

20 mar 2023, 17:49 - atualizado em 20 mar 2023, 17:50
ChatGPT
A velocidade com que foi lançado o ChatGPT, e de forma gratuita, não foi mera coincidência para o ex-pesquisador da empresa (Imagem: ChatGPT/OpenAI)

A corrida do ouro para as inteligências artificiais começou com o investimento milionário da Microsoft no ChatGPT. Mas para Bruno Alano, ex-pesquisador da OpenAI e fundador da associação brasileira de inteligência artificial, quem está realmente na frente é o Google,comentou ao Money Times.

Em sua visão, o motivo disso é que a gigante tem vantagem em uma das principais ferramentas nessa corrida: dados. 

“Eles sempre adotaram uma estratégia de coleta de dados, desde sua fundação. Então eles [Google] sempre coletaram dados mesmo que não soubessem como usar”, comenta.

E é essa base de dados que, segundo Alano, coloca a gigante de tecnologia na frente de todas as empresas que estão competindo por inteligência artificial.

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ChatGPT foi a isca da OpenAI para Big Techs

Para ele, a menos que alguma startup invente uma tecnologia disruptiva, e que ainda não exista no mercado, os dados serão uma das pás nesta corrida. 

“E quem faz isso com maestria é o Google, há vinte anos coletando todo tipo de interação, como quantos segundos você fica na página, qual é o tipo de conteúdo que essa página publica, qual que foi a mudança de conteúdo”, explica.

A velocidade com que foi lançado o ChatGPT, e de forma gratuita, não foi mera coincidência para o ex-pesquisador da empresa.

Conforme explica, a estratégia da OpenAI fez muito sentido. A startup precisava gerar marketing em cima do seu produto para aumentar o valuation da empresa e captar recursos.

“Foi o que aconteceu com a Microsoft. Acredito que foi uma captação de investimento para tentar conseguir se manter páreo com o Google”, diz.

Outro ponto levantado por Alano foi acerca dos APIs da empresa. APIs são ferramentas oferecidas pela OpenAI para que desenvolvedores programem suas próprias inteligências artificiais. O pacote de APIs é um serviço pago.

A crítica do programador é que, ao utilizar o API da OpenAI, o desenvolvedor depende da estrutura da startup funcionando. Um chatbot que utiliza a infraestrutura da OpenAI, precisa ter essa conexão. 

“Por um lado, você tem um modelo muito bom, mas de outro você pode ter um modelo não tão bom que consegue rodar dentro da tua infraestrutura. Para mim, um modelo dez vezes pior do que o da OpenAI ainda justificaria eu ter isso dentro da minha infraestrutura, e não depender necessariamente de ficar mandando todos os meus dados para a empresa a todo momento”, diz.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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