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Dia da Mulher: Veja quem foi a primeira mulher investidora do Brasil

08 mar 2022, 11:56 - atualizado em 08 mar 2022, 12:13
Eufrásia foi reconhecida pela B3 como a primeira investidora da bolsa brasileira em 2019 (Autor desconhecido/Reprodução)

A Brasil tem hoje pouco mais de 1,1 milhão de mulheres que investem na bolsa de valores, segundo apontam dados da B3.

O número ainda é consideravelmente menor do que a quantidade de investidores homens, que são maioria absoluta no mercado. Elas são 23,5% do total, enquanto os homens são 76,4%, cerca de 3,8 milhões.

Ainda assim, a presença feminina na bolsa de valores crescendo consideravelmente ao longo dos anos. Se hoje superam a casa do milhão, há 10 anos eram menos de 150 mil.

Há mais de cem anos, o número era provavelmente zero. Mas em 1850 nascia no município de Vassouras (RJ) quem seria pioneira neste universo e viria a ser reconhecida como a primeira mulher investidora da bolsa brasileira.

Eufrásia Teixeira Leite foi uma herdeira, investidora e filantropa brasileira que ganhou notoriedade nos séculos 19 e 20 por suas operações no mercado financeiro, em um período em que mulheres tinham sequer direito ao voto.

Eufrásia e sua irmã eram filhas de Joaquim José Teixeira Leite e Ana Esméria Correia e Castro, ricos aristocratas que deixaram fortuna para as filhas como herança.

Elas partiram para Paris, na França, após se tornarem órfãs em 1973, ainda muito jovens. Foi na Europa que Eufrásia conheceu o mundo dos investimentos, ainda muito hostil para as mulheres.

Ela sequer podia participar dos pregões sem o intermédio de homens para a compra e venda de ações, por exemplo.

Mas foi o seu conhecimento em matemática financeira, além da fluência em outros idiomas, além de muito estudo sobre o tema que permitiu que ela multiplicasse consideravelmente seu patrimônio, alcançando então sua plena liberdade financeira.

A jovem operou nas bolsas de Londres e Nova York, tendo realizado negócios em 17 países e em diferentes moedas, como a libra esterlina, o franco francês, belga e suíço, o dólar americano e o canadense e outras.

Segundo informações da época, no final do século 19, a investidora já possuía uma fortuna de 1 milhão de francos franceses e figurava na lista de milionários do país.

Eufrásia tinha papéis de companhias como a Rio Tinto, Citibank, Deutsche Bank e a antiga cervejaria Antartica, hoje Ambev (ABEV3).

Além de ações, sua fortuna era formada por seus investimentos em debêntures e apólices, tanto no Brasil como no exterior.

Cálculos estimam que, se vivesse hoje, Eufrásia teria uma fortuna na casa dos bilhões. Ela foi reconhecida como a primeira investidora da bolsa brasileira em 2019 pela B3 e pela ONU Mulheres.

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Jornalista paulistana formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e editora do Money Times. Passou pelas redações da CNN Brasil e TV Globo como produtora, VOCÊ S/A e VOCÊ RH como repórter e Exame.com como redatora estagiária.
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