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Quer lucrar com a venda da Oi para as rivais? Então, compre ações das rivais

17 mar 2020, 15:58 - atualizado em 17 mar 2020, 15:58
Estande da Oi OIBR3 na GameXP 2018
Ceticismo: Oi ganharia muito dinheiro com a venda de sua divisão móvel, mas gastará o mesmo tanto para se sustentar nos próximos anos, diz Credit Suisse (Imagem: Divulgação/Oi)

O Credit Suisse continua cético em relação aos potenciais ganhos que a Oi (OIBR3) obteria com a venda de sua operação de telefonia móvel para as operadoras rivais.

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Em relatório assinado por Daniel Federle, Felipe Cheng e Juan Pablo Alba, o banco enfatiza que o negócio não melhora o cenário para a Oi, mas seria ótimo para a TIM (TIMP3) e a Vivo (VIVT4).

O primeiro motivo para apostar nas rivais, em vez da própria Oi, é que o cenário contribui para evitar uma guerra de preços pela operadora. O BTG Pactual lembra que a Vivo e a TIM decidiram trabalhar em conjunto para conduzir o negócio e dividir a área de telefonia celular da Oi entre si.

Além disso, o principal ativo da Oi Móvel é seu espectro de frequências, mas um fator limita o seu peso numa eventual aquisição.

Alternativa

Trata-se do leilão de frequências que a Anatel planeja promover nos próximos meses. Os analistas explicam que o leilão oferecerá tanto faixas de bandas “baixas” (700 MHz), quanto de banda “alta” (2,3 GHz).

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“Essa possibilidade [de adquirir faixas no leilão] deve reduzir o apetite de adquirir os ativos da Oi a qualquer custo”, afirma o trio. Assim, a Oi pode não receber todo o dinheiro que espera para fechar o negócio.

O Credit Suisse calcula que o acordo fique entre R$ 12 bilhões e R$ 19 bilhões, com o cenário-base de R$ 16 bilhões.

Pode parecer uma montanha de dinheiro, mas mesmo isso não deveria animar os investidores a apostarem nos papéis da Oi. Segundo o banco suíço, se o acordo render, de fato, R$ 16 bilhões para a empresa, o preço-alvo de suas ações seria de apenas 70 centavos de real (R$ 0,70).

“Estamos positivos sobre o crescimento da fibra óptica, mas as dificuldades para reduzir as perdas nas operações de fibras de cobre e o aumento da taxa de câmbio são ventos contrários”, afirma o relatório.

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Vencedora

Feitas as contas, o Credit Suisse reforçou sua tese de que a TIM seria a maior beneficiada pelo acordo. “A TIM é a nossa top pick [destaque], devido à sua grande exposição ao mercado de telefonia móvel”.

Vantagem: TIM seria a empresa com mais a ganhar com a consolidação do setor (Imagem: YouTube/TIM)

Já a Vivo, que pode ficar com uma fatia da Oi Móvel, também é elogiada pelos analistas, que a consideram “uma boa ação defensiva”.

A Oi, que embolsaria uma bolada pela venda, é a que menos empolga o Credit Suisse, sobretudo, porque o dinheiro já estaria comprometido pelos investimentos e pela queima de caixa previstos para os próximos anos.

“Vemos a Oi com uma dívida líquida de R$ 23 bilhões, e uma substancial queima de caixa nos próximos anos”, diz o banco. Resumindo, este seria a última grande tacada da operadora. A partir daí, teria que ganhar dinheiro sozinha – algo que, para o Credit Suisse, não está nem um pouco garantido.

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
marcio.juliboni@moneytimes.com.br
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