BusinessTimes

Quer ser um líder de sucesso? Veja 7 lições de James Dimon, CEO do JPMorgan Chase

19 abr 2024, 14:11 - atualizado em 19 abr 2024, 14:11
James Dimon CEO JPMorgan Chase lições liderança tomada decisões formação líderes sucesso carreiras
“Liderança é sobre se fazer presente em todas as etapas do processo”, diz James Dimon, CEO do JPMorgan Chase, na carta anual aos acionistas (Imagem: Divulgação/ JPMorgan Chase)

A cada ano, o mercado aguarda com expectativa a carta anual aos acionistas do JPMorgan Chase, um documento que se tornou referência para entender não apenas o momento que vive uma das maiores instituições financeiras do mundo, mas também as tendências e desafios do setor financeiro global.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Assinada por James Dimon, presidente e diretor executivo do banco desde 2005, a edição 2023 da carta não decepciona, e oferece uma visão profunda e criteriosa sobre o cenário atual e futuro dos negócios. Ele aborda uma variedade de temas, desde a conjuntura econômica até nuances de gestão e liderança que têm sustentado a resiliência e o sucesso do JPMorgan ao longo dos anos.

Dimon compartilhou ainda as práticas e princípios que qualquer líder pode aspirar a incorporar em suas estratégias para navegar em uma economia global cada vez mais complexa e incerta. “A falha em realizar uma avaliação completa pode levar a alguns dos maiores erros, não apenas na guerra, mas também nos negócios e no governo”, destaca.

Veja, a seguir, as principais dicas do CEO do JPMorgan sobre liderança e tomada de decisão:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  1. Beneficiando-se do Ciclo OODA

Para Jamie Dimon, um bom líder domina o Ciclo OODA (Observar, Orientar, Decidir, Agir – repetir), um conceito militar adaptado para a gestão empresarial.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“O Ciclo OODA, em sua essência, é um processo estratégico de revisão contínua, análise, tomada de decisão e ação. Observar cuidadosamente e fazer uma avaliação completa é crucial, pois a falha em fazê-lo pode levar a erros significativos não apenas na guerra, mas também nos negócios e no governo”, explica Dimon.

Esse ciclo apontado por Dimon enfatiza a necessidade de uma vigilância constante e um entendimento profundo do ambiente operacional para reagir eficazmente às mudanças.

2. A importância da avaliação completa

Dimon acrescenta que gerenciar qualquer situação de negócios requer uma avaliação abrangente.

“Para gerir adequadamente, é necessário entender completamente não só os seus competidores, mas também seus clientes, custos, e o conjunto de habilidades de suas equipes. Além disso, fatores como tecnologia e risco devem ser considerados para um planejamento eficaz”, assinala.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo Dimon, a abordagem meticulosa permite que o JPMorgan antecipe movimentos do mercado e ajuste suas estratégias proativamente.

3. Construindo conhecimento por meio de experiências

O CEO do JPMorgan também valoriza as experiências diretas para consolidar conhecimento e cultura corporativa.

“Vivo me perguntando sobre o valor das inúmeras viagens e reuniões que realizo: será que elas de fato fazem diferença? Definitivamente sim. Essas experiências me permitem ter um aprendizado contínuo, proporcionando insights valiosos de todos os envolvidos no processo, de funcionários a clientes”, compartilha Dimon.

Segundo Dimon, as interações “face a face” são fundamentais para entender as operações em todos os níveis e ajustar práticas conforme necessário.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

4. Bom líder desafia o status quo

Uma parte significativa da liderança de Dimon envolve questionar o status quo e estar aberto a mudanças.

“É necessário abandonar as sacred cows [em tradução livre – ‘vacas sagradas’, expressão utilizada para se referir a ideias imunes a críticas, algo que ninguém ousa questionar], buscar pontos cegos e desafiar narrativas estabelecidas que, muitas vezes, estão erradas e podem levar a erros terríveis”, afirma.

Esse princípio pode ser exemplificado na maneira como o JPMorgan abordou inovações no setor de pagamentos e a gestão de suas operações bancárias, de acordo com o CEO.

5. A liderança deve olhar além do curto prazo

Um dos pontos de maior destaque apresentados por Dimon é um alerta para a necessidade de olhar além dos dados de curto prazo e considerar as tendências de longo prazo que influenciam os resultados futuros.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Há uma ênfase excessiva em dados mensais, enquanto as tendências de longo prazo, que podem moldar o futuro, são frequentemente negligenciadas”, critica. Ele menciona que fatores como gastos fiscais significativos e mudanças no cenário global são inflacionários e devem ser considerados no planejamento estratégico.

6. Um bom líder analisa, decide e age

A capacidade de tomar decisões e agir também é um ponto central para a filosofia de gestão de Dimon. “Às vezes, é melhor medir duas vezes e cortar uma; em outras, decisões rápidas são mais apropriadas. Distinguir esses momentos é crucial”, observa.

O presidente do JPMorgan Chase sublinha a importância de processos de tomada de decisão robustos que permitam agilidade e adaptabilidade, evitando a paralisia por análise.

7. Liderança com coração

Por fim, Dimon toca no aspecto mais humano da liderança: a necessidade de construir confiança e respeito. Ao refletir sobre as qualidades essenciais de um líder eficaz, Dimon não apenas enfatiza a importância da estratégia e da execução, mas também a capacidade de liderar com coração e integridade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Para se tornar um verdadeiro líder, mais do que apenas tomar decisões ou implementar estratégias, você precisa ser confiável e respeitado todos os dias”, destaca. A história da terceirização dos seguranças do JPMorgan Chase exemplifica bem o seu compromisso com valores éticos e liderança responsável.

Quando Dimon descobriu que os seguranças da empresa haviam sido terceirizados para economizar custos – o que resultou na redução pela metade dos benefícios de saúde dos guardas e de suas famílias – ele interveio pessoalmente para reverter essa decisão.

“Descobri que os funcionários haviam sido terceirizados para economizar dinheiro. Quando percebi que isso envolvia cortar benefícios cruciais para eles e suas famílias, imediatamente reverti a decisão”, relata Dimon.

“Liderança é sobre se fazer presente em todas as etapas do processo”, explica. Ele defende que o sucesso de uma empresa não deve ser construído às custas de seus funcionários, mas sim por meio de um tratamento justo e respeitoso.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A ação não apenas restaurou os benefícios dos seguranças, mas também reforçou a cultura de respeito e cuidado dentro da organização. Segundo Dimon, “o coração não pode ser superestimado” e fazer a coisa certa é fundamental para construir uma organização bem-sucedida e respeitada.

“As pessoas precisam estar cientes de que, quando erros são cometidos, os líderes estão dispostos a se responsabilizar por eles e tomar medidas corretivas de forma coletiva, a fim de fortalecer a instituição”, finaliza.

Por fim, Dimon ressalta que os líderes que agem com integridade e demonstram genuíno interesse pelo bem-estar de seus funcionários cultivam um ambiente onde a lealdade, a motivação e o compromisso prosperam.

Ao encerrar sua carta, o presidente do JPMorgan Chase reafirma seu compromisso contínuo com uma liderança que é tanto estratégica, quanto compassiva. Ele deixa claro que os líderes do futuro precisarão equilibrar astúcia com uma consideração profunda pelas pessoas que tornam possível o sucesso da empresa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Veja também: Como desenvolver inteligência emocional e escapar do burnout no trabalho.

 

 

Compartilhar

raisa.boing@autor.empiricus.com.br