Carreiras

Quero ser gamer: cenário, carreiras e dicas para quem deseja começar no setor

01 fev 2022, 12:26 - atualizado em 01 fev 2022, 13:28
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O mundo dos games ainda é pouco explorado, assim, são inúmeras as possibilidades de carreira que vão desde de gamer a profissões ainda nem criadas (Imagem: Florian Olivo/Unsplash)

NFTs, fusões e aquisições. Não podemos negar que o ano começou agitado para o setor de games. Segundo dados recém-divulgados pelo banco de investimentos Drake Star Partners, o setor está se encaminhando este ano para um novo recorde de US$ 150 bilhões em negócios de fusões e aquisições, financiamentos e ofertas públicas iniciais de ações (IPOs).

Esse é apenas um dos exemplos da expansão que a área enfrenta. De acordo com a Newzoo, consultoria de dados especializada no tema, a expectativa é de que, em 2024 no Brasil, os eSports, modalidade inserida no mundo dos games, fature R$ 1,6 bilhão e cresça 17,5% ao ano até 2030.

Com tanto crescimento, as oportunidades de carreira também começam a surgir. Para SJ Santos – especialista em games, eSports e criptomoedas de games e o fundador e CEO da Honkytonk Games -, o setor de games registra crescimento sustentável ano após ano. Em meio à pandemia, quando praticamente todos os setores desmoronavam, a indústria dos games explodiu e cresceu acima da média prevista para 2020.

Santos vislumbra um futuro prospero. Segundo ele, com a perspectiva do Metaverso, a realidade virtual e a realidade aumentada se popularizando, a indústria de games tem um território gigantesco, inexplorado e fértil, do qual ela é a mais capacitada para criar. Assim, a participação dos jogos na economia e na vida das pessoas só tem a crescer nos próximos anos.

Ele aponta que as carreiras em eSports são as mais variadas possíveis, pois uma equipe dessa modalidade é também uma empresa e, portanto, precisa de administradores, contadores, etc. Logo, além dessas posições e dos atletas, as carreiras chave são: Gerente de eSports, Gerente de Equipes, Técnico, Psicólogo, Preparador Físico, Social Media e Assessor(a) de Imprensa.

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O criador de conteúdo Dalaqua, com 10,9 mil inscritos no Youtube, e a gamer Multi, com 2,45 mi de inscritos na mesma rede, contam como é trabalhar na área (Imagem: Branden Skeli/Unsplash)

Para começar nesse ramo, SJ Santos orienta: “ser profissional na indústria de games significa ser profissional antes de ser gamer. É incrível a quantidade de jovens que confundem a paixão pelos games com trabalhar com games. Seja profissional antes de ser gamer!”, aconselha o especialista.

Vale ressaltar que existe uma confusão entre eSports e games. Um não vive sem o outro, mas são duas coisas bem diferentes, explica Santos. A indústria do eSports foca na realização de eventos esportivos eletrônicos, ou seja, jogos com foco em competição que colocam um (ou mais) adversário contra o outro.

Portanto, essa modalidade esportiva é um derivado da indústria de games, no sentido de que precisam dos jogos para existirem, mas eles têm características próprias e estão mais próximos das competições como copa do mundo, olimpíadas, grandes shows e espetáculos do que os jogos em si – que estão mais ligados ao avanço tecnológico e desenvolvimento de software e hardware, esclarece SJ.

As carreiras

Para esse mundo ainda pouco explorado, são inúmeras as possibilidades de carreira que vão desde de gamer a profissões ainda nem criadas. Conforme a Newzoo, as receitas com direitos de mídia, publicidade, patrocínio e live streaming, por exemplo, equivalem a mais de 70% do total movimentado pelo setor. Nesse sentido, o criador de conteúdo Dalaqua, com 10,9 mil inscritos no Youtube, e a gamer Multi, com 2,45 mi de inscritos na mesma rede, contam como é trabalhar na área.

João Dalaqua começou em 2013 produzindo conteúdo sobre o jogo Minecraft, que tem como objetivo principal a construção de um mundo próprio, e hoje trabalha também criando conteúdo para um time. Para ele, trabalhar nesse setor exige muito foco e para se destacar é necessário definir muito bem o seu nicho. Por isso, começar pensando no retorno financeiro pode ser uma roubada, pois a área é competitiva e o público exigente.

Dalaqua, como é mais conhecido, aconselha que uma boa estratégia inicial é fazer lives, principalmente, na plataforma Twitch que reúne muitos jogadores, fãs e personalidades do mundo dos games. Ele ressalta também a importância de se ter conexões, ou, o bom e velho networking já tão conhecido em outros setores.

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Twitch é um serviço de streaming de vídeo ao vivo que se concentra, principalmente, em transmissões de games, incluindo competições. Em 2014 foi comprada pela Amazon (Imagem: Caspar Camille Rubin/Unsplash)

Já, a gamer Giovanna Multi, ou, Multi como é mais conhecida, reconhece o esforço necessário para trabalhar como gamer. Para ela os principais desafios do meio são: a informalidade – pois tem-se uma dificuldade na formalização e no comprometimento com horários e agenda – e a saúde mental dos jogados que dependem muito da performance para obter retornos e a questão dos gamers, na maioria das vezes, se alimentarem mal e serem sedentários.

Multi recomenda, para quem quer se profissionalizar na área, escolher algo que gosta de fazer, ser apaixonado(a) pelo jogo e tentar ser original procurando como inspiração o que você já gosta em outros conteúdos e gamers, ou seja, se inspirar em coisas comerciais já validades pelo mercado. Além disso, vale começar pelas redes que já estão em alta, pois no YouTube, por exemplo, está mais difícil de crescer do que no Tiktok, aconselha ela.

Estagiária
Formada em Gestão de Negócios e Inovação pela Fatec Sebrae e, atualmente, estudante de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero. Tem como propósito atuar visando os princípios éticos do jornalismo com comprometimento com a informação de qualidade e o combate à desinformação.
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