R$ 100 mil é o maior salário fixo do Brasil, mas o setor campeão pode não ser o que você imagina
Você já parou para pensar quanto ganha quem está no topo da cadeia corporativa no Brasil?
A nova edição do Guia Salarial 2026, da consultoria Michael Page, revela: o salário fixo mais alto do país na iniciativa privada é de R$ 100 mil por mês.
Isso mesmo, salário fixo, sem contar bônus, participação nos lucros, benefícios turbinados nem outras variáveis.
O levantamento apurou que cinco cargos chegam a pagar os 6 dígitos mensais, sendo quatro na área da saúde e um no varejo.
No setor de saúde:
- Superintendente/Diretor médico em empresas de saúde;
- Líder de unidade de negócios em empresas de dispositivos médicos;
- Gerente geral em empresas de dispositivos médicos;
- Líder de unidade de negócios em indústria farmacêutica.
No varejo:
- Gerente geral de operações.
Além disso, os 10 cargos com salários mais altos que lideram o ranking incluem posições em vendas, bancos e tecnologia da informação.
Foram 548 cargos analisados, em 15 áreas diferentes e mais de 7 mil profissionais foram ouvidos durante o levantamento.
O estudo foi realizado a partir de entrevistas com profissionais de diferentes níveis, processos conduzidos com clientes da consultoria de Michael Page e uma análise aprofundada da base de dados própria, atualizada de forma contínua.
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Além disso, o Guia Salarial engloba tendências e movimentos previstos para 15 setores da economia:
- Agronegócio;
- Bancos e serviços financeiros;
- Construção civil;
- Energia;
- Engenharia e manufatura;
- Finanças e impostos;
- Jurídico;
- Marketing;
- Recursos humanos;
- Saúde;
- Seguros;
- Supply chain;
- Tecnologia;
- Varejo;
- Vendas.
O estudo serve como referência estratégica para entender o mercado de trabalho, a evolução das remunerações e os desafios de atração e retenção de talentos no país.
E para 2026?
Além de ouvir os colaboradores, a Michael Page também questionou as empresas sobre as expectativas para os salários no próximo ano.
A partir disso, o estudo apontou que as companhias devem ser cautelosas, isso porque:
- 45% das empresas não estão concedendo reajustes acima do obrigatório;
- 59% dos profissionais não receberam aumento no último ano;
- Somente 28% dos trabalhadores dizem ter acesso efetivo à capacitação, enquanto 60% das empresas afirmam oferecer programas de desenvolvimento.
Logo, há um descompasso evidente entre o que as empresas afirmam e o que os profissionais de fato percebem.
E esse desalinhamento não é o único fator que vem alimentando o clima de tensão no mercado.
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A guerra por talentos continua…
Mesmo com cautela nos reajustes, as empresas têm enfrentado outro dilema: a falta de profissionais qualificados.
- 73% das organizações relatam dificuldades para contratar por falta de qualificação;
- 61% apontam alta rotatividade e baixo engajamento como entrave;
- 58% reclamam de expectativas salariais acima do orçamento.
Na avaliação da Michael Page, “profissionais com qualificações específicas têm maior poder de barganha, o que eleva o turnover e pressiona os salários”.
E não é só a remuneração que pesa…
“O desafio é construir pacotes de benefícios que realmente façam a diferença para os colaboradores, fortalecendo a competitividade para atrair e reter profissionais que farão a diferença”, diz Ricardo Basaglia, CEO da Michael Page no Brasil e colunista do Estadão.
Para 55% dos candidatos, benefícios como saúde, alimentação e capacitação têm peso tão grande quanto o valor do salário.
Será que o home office está perdendo espaço?
Outro ponto avaliado pelo estudo é que o modelo presencial está ganhando espaço novamente:
- 42% das empresas já operam totalmente no presencial, contra 36% no estudo anterior);
- O formato híbrido, mesmo que ainda seja bastante significativo, caiu entre corporações (de 50% para 44%), mas subiu entre profissionais (37% para 40%).
Ou seja: as empresas têm puxado a volta para o escritório, mas os profissionais têm resistido.
*Com informações do Estadão Conteúdo.