Mercados

Radar do mercado: O que importa para a bolsa hoje, segundo 4 analistas

30 nov 2021, 10:04 - atualizado em 30 nov 2021, 10:06
Vacinas Coronavírus índia
No exterior, o desempenho dos mercados é puxado principalmente por setores mais cíclicos. (Imagem: REUTERS/Anushree Fadnavis)

O Ibovespa futuro cai 0,53% nesta terça-feira (30), aos 102,6 mil pontos, seguindo a tendência dos mercados globais. Nos EUA, o futuro do S&P recua 0,87%, enquanto a Europa registra perdas de 1,3%.

No exterior, o desempenho é puxado principalmente por setores mais cíclicos, como consumo, turismo e indústria automotiva, em um momento de cautela com a variante do coronavírus ômicron. Na China, a queda dos mercados foi de 0,4% nesta terça.

Depois de uma breve recuperação das bolsas na segunda, o CEO da Moderna, Stephane Bancel, disse que as vacinas atuais serão menos eficazes contra a variante e que podemos esperar meses até que doses específicas estejam disponíveis em larga escala.

Nos EUA, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que a ômicron pode afetar a recuperação econômica, mas também pressionar a inflação.

O atual momento da pandemia é o principal assunto comentado pelas corretoras nesta terça. Veja abaixo os destaques dos relatórios de abertura de mercado de alguns dos principais analistas do país:

Genial: Poucas informações sugerem cautela

Para a Genial Investimentos, a grande preocupação atual é se a nova mutação consegue escapar da proteção imunológica conferida pelas vacinas, o que levaria os países a voltarem com políticas de distanciamento social.

“Será importante avaliar não só a capacidade de proteção das vacinas, como também a eficácia dos remédios contra o coronavírus desenvolvidos pela Pfizer e pela Merck”, escreve a corretora, que fala em “cautela, visto que há poucas informações conclusivas”.

Rico: Foco nas próximas duas semanas

A Rico coloca estima o prazo de duas semanas como “muito importante” para saber detalhes sobre a nova variante.

Enquanto isso, a corretora espera que países continuem a fechar fronteiras para retardar a entrada do novo vírus.

“A maior parte limitou voos a países do sul da África, mas Israel e Japão já restringiram a entrada de todos os estrangeiros”, diz trecho do relatório da corretora.

Commcor: Ajustes na política monetária

A Commcor avalia que as restrições que o avanço da nova variante pelo mundo poderá causar colocam em risco a recuperação econômica e o ciclo de aperto monetário visto em diversas economias.

“Com índices inflacionários já mostrando forças, o início do tapering e uma expectativa de aumento da taxa de juros para o próximo ano já estavam nos planos do BC, todavia, as possíveis restrições que seriam causadas pela nova cepa podem colocar em xeque o crescimento econômico e barrar a necessidade de uma política monetária mais restritiva”.

Para a corretora, em relação a cena local, a preocupação é semelhante: ajustes na política monetária poderão ser necessários dependendo do avanço e dos impactos da nova variante.

XP: PEC dos precatórios na agenda

A XP Investimentos destaca que a PEC dos Precatórios deve ser votada hoje no Senado. O projeto abre espaço para gastos adicionais do governo no próximo ano, pois limita o valor dos precatórios e altera o cálculo do teto de gastos constitucional.

A corretora lembra que o resultado fiscal primário do governo central registrou superávit de R$ 28,2 bilhões em outubro, reduzindo o déficit acumulado em 12 meses para 1,4% do PIB (de 1,8% em setembro).

“O resultado ficou ligeiramente acima da mediana das expectativas de mercado (R$ 25,8 bilhões) e mantém a trajetória positiva observada ao longo do ano”.

Para a XP, o resultado positivo de outubro mostra que a recuperação fiscal deste ano continua se beneficiando do aumento cíclico das receitas e de algum controle das despesas.

“Para 2022 os resultados fiscais devem voltar a piorar com a desaceleração da economia e a perspectiva de aceleração de gastos gerada pela PEC dos Precatórios”.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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