Mercados

Radar do mercado: O que importa para a bolsa nesta quarta, segundo 4 analistas

05 jan 2022, 9:47 - atualizado em 05 jan 2022, 9:48
Jerome Powell
(Imagem: Federal Reserve/ Flickr)

A divulgação da ata do Fed, o banco central dos Estados Unidos, é o destaque do dia, segundo os relatórios de abertura de mercado das corretoras nesta quarta-feira (5).

O Ibovespa futuro caía 0,28% pela manhã, com os mercados globais neutros. Na China, que fechou em queda de 1,0%, a política zero-covid volta a preocupar o mercado.

Veja o que importa no pregão de hoje, segundo quatro analistas:

Commcor

A Commcor diz que, com a ata do Fed, os investidores buscam não apenas maiores detalhes sobre o que o comitê debateu para tomar essa decisão, mas também sobre o que os membros enxergam em termos da condução dos juros.

As taxas seguem inalteradas na banda de 0% a 0,25%, mas com apostas variando entre duas e três elevações neste ano.

“Merece destaque falas do presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, quem ontem fez preço no mercado ao adotar uma visão mais hawkish, abandonando a crença de que os juros deveriam ficar na chamada Zirp (zero interest rate policy) até, ao menos, 2024″.

Kashkari defendeu até duas elevações dos juros neste ano como forma de combater uma persistente inflação, se juntando, assim, à diversos outros membros do colegiado e expressiva parcela do mercado, que segue bastante preocupada com a possibilidade de o Fed estar “atrás da curva”.

Com isso, a maior parte do pregão local promete ser de cautela até as 16h, diz a Commcor.

“Mas é importante reforçar que o ano começou com bastante volatilidade na cena local, de certa forma descolada da ‘calmaria’ até então vista no exterior, com foco nos EUA, onde os principais índices acionários seguem ‘orbitando’ próximos às máximas nominais históricas”.

Genial

A Genial Investimentos comenta que o número de vagas de emprego abertas medido pelo relatório Jolts nos EUA recuou do patamar recorde registrado em outubro de 11 milhões para 10,6 milhões em novembro.

A redução no número de vagas não reflete necessariamente uma melhora do descasamento entre oferta e demanda por mão-de-obra, visto que a razão entre número de desempregados e vagas abertas segue recuando e renova a mínima histórica em 0,65, disse a corretora.

“Nos próximos meses não devemos observar um alívio no mercado de trabalho, de modo que, as empresas deverão continuar sustentando a dinâmica de aumentos salariais”, diz.

O problema, na avaliação da corretora, é que isso ocorre em meio ao maior processo inflacionário em 12 meses desde 1982 e de uma demanda bastante aquecida, sustentada justamente pelo aumento da renda disponível decorrente dos maiores salários no setor privado.

“Segue-se o risco de se adentrar em uma espiral crescente entre remuneração e inflação, que, em última instância, deverá ser combatido de maneira mais dura pelo Fed”.

Rico

A Rico destaca que a covid pode estar dando um alívio no exterior.

“Os números mais recentes de coronavírus sugerem que a contaminação por ômicron pode estar começando a se reduzir na África do Sul e no Reino Unido, tornando os mercados mais confiantes de que a nova onda de covid não afetará de forma significativa a recuperação econômica global”, diz.

Enquanto isso, comenta a corretora, a política zero-covid na China volta a preocupar com o estabelecimento de novas restrições em Hong Kong em função da transmissão da variante ômicron e o índice HSI, de empresas offshore voltou a negociar em seu nível mais baixo desde fevereiro de 2016.

XP

A XP Investimentos lembra que os bancos chineses reduziram as linhas de empréstimo tradicionais, em um sinal de que a desaceleração da economia chinesa parece diminuir a parcela de tomadores qualificados, diz.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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