Raízen (RAIZ4): BlackRock vende ações; papel dispara 20% desde mínimas do ano

A BlackRock diminuiu participação acionária na Raízen (RAIZ4) para 3,83%, mostra documento enviado ao mercado nesta terça-feira (3).
Segundo o documento, com a operação, a maior gestora do mundo passou a deter 52 milhões de papéis da companhia.
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“O objetivo das participações societárias acima mencionadas é estritamente de investimento, não objetivando alteração do controle acionária”, informou.
Ação da Raízen ganha fôlego
A ação da empresa recuperou o fôlego e dispara 20% desde as mínimas do último mês, em 20 de maio.
O catalisador foi notícia de que a empresa teria fechado um acordo para repassar um grupo de projetos de geração de usinas de geração solar para o Pátria Investimentos, segundo reportagem do NeoFeed.
Em abril do ano passado, a Raízen também já havia anunciado a venda de 31 usinas solares para a Élis Energia, empresa controlada pelo fundo do Pátria Investimentos, por R$ 700 milhões.
O negócio se somaria ao acordo recente da Raízen, que vendeu a usina de Leme para Ferrari Agroindústria S.A e a Agromen Sementes Agrícolas Ltda por R$ 425 milhões.
Segundo o BTG Pactual, a venda está alinhada com a estratégia da nova direção da companhia de redução da dívida.
A Raízen teve um quarto trimestre da safra 2024/2025 (4T25) ainda desafiador.
Além de resultados operacionais fracos, a dívida bruta aumentou R$ 5,2 bilhões para cobrir um consumo de capital de giro de R$ 7,1 bilhões, impactado pela substituição de adiantamentos a clientes e operações de forfait.
“Apesar de esperarmos mais um ano de consumo de caixa para a Raízen, o capex deve diminuir, e a gestão prevê ganhos de eficiência a partir do ano fiscal de 2027”, escreveu o Bank of America em relatório recente.
Para o BofA, a decisão de vender usinas de cana-de-açúcar, junto com outros ativos que, segundo relatos, também foram colocados à venda, faz parte disso.
“O senso de urgência já havia sido acionado e agora está se concretizando. Acreditamos que a usina de Leme possivelmente está entre as de pior desempenho do portfólio da Raízen, o que significa que é muito melhor vendê-la do que permitir que continue drenando o caixa da empresa”, explicam Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabris.