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Raízen (RAIZ4): BTG elogia venda de uma das ‘piores usinas do portfólio’, mas vê longo caminho pela frente

13 maio 2025, 11:55 - atualizado em 13 maio 2025, 11:55
raízen raiz4
(Foto: Divulgação)

Raízen (RAIZ4) acertou na última segunda-feira (12) a venda da usina de Leme para Ferrari Agroindústria S.A. e a Agromen Sementes Agrícolas Ltda por R$ 425 milhões.

Segundo o BTG Pactual, a venda está alinhada com a estratégia da nova direção da companhia de redução da dívida.

“A decisão de vender usinas de cana-de-açúcar, junto com outros ativos que, segundo relatos, também foram colocados à venda, faz parte disso. O senso de urgência já havia sido acionado e agora está se concretizando”, explicam Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabris.

Os analistas apontam que o preço de venda não parece particularmente atraente à primeira vista e que mesmo assumindo que a usina esteja moendo apenas 1,5 milhão de toneladas de cana, isso implica um valor de EV/tonelada de apenas US$ 50. 

“Isso provavelmente representa menos da metade (ou talvez um terço) do custo de reposição de uma usina de cana-de-açúcar atualmente. Dito isso, acreditamos que a usina de Leme possivelmente está entre as de pior desempenho do portfólio da Raízen, o que significa que é muito melhor vendê-la do que permitir que continue drenando o caixa da empresa”.

No fim das contas, o banco acredita que múltiplo implícito da transação, em termos de resultado final, pode na verdade ter sido positivo para as ambições da Raízen de desalavancar seu balanço. Vale lembrar que a Raízen publica seus resultados hoje, referentes ao quarto trimestre da safra 2024/2025 (4T25).

RAIZ4: Comprar ou vender?

O BTG reforça que nos últimos 12 meses, incluindo esse acordo, a Raízen arrecadou aproximadamente R$ 1,6 bilhão com a venda de unidades de energia, ativos relacionados à cana-de-açúcar e uma participação em sua subsidiária de distribuição de combustíveis no Paraguai.

“Para uma empresa que deve encerrar o ano fiscal de 2025 com um endividamento líquido de R$ 33 bilhões — ou R$ 49 bilhões, se forem considerados o financiamento de fornecedores e os adiantamentos de clientes — será necessário fazer mais. Mas, obviamente, gostamos da direção que as coisas vêm tomando”.

Quanto ao desempenho dos ativos de cana-de-açúcar, os analistas reforçam que a empresa tem apresentado resultados abaixo do esperado há muitos anos, especialmente quando comparada aos concorrentes como São Martinho (SMTO3), Adecoagro e Jalles (JALL3).

“Abrir mão de usinas com desempenho insatisfatório é algo que celebramos. A Raízen é uma tese de desalavancagem que precisa voltar ao básico após uma profunda reformulação na equipe de alta gestão e uma reavaliação das prioridades de crescimento e alocação de capital da companhia”.

O banco mantém sua recomendação de compra com preço-alvo de R$ 3,50 (potencial de alta de 92,31%), sob a crença de que mesmo uma pequena melhoria no perfil de geração de fluxo de caixa livre (FCF) pode destravar um aumento significativo no preço das ações.

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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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